The First Berserker: Khazan | É um Soulslike único e divertido — ANÁLISE

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No ano 89 do Império, Khazan foi injustamente exilado após derrotar Hismar, o grande dragão que ameaçava o reino. O que deveria ter sido celebrado como um feito heroico, acabou sendo punido por pura inveja do imperador, que temia a crescente popularidade de Khazan entre o povo. Essa é a premissa de The First Berserker: Khazan, novo título da Nexon, baseado na franquia de sucesso Dungeon Fighter Online.

Apesar de Dungeon Fighter ser bastante conhecido na Ásia, especialmente como um MMORPG de ação com visual 2D e combates frenéticos, The First Berserker: Khazan aposta em um caminho diferente: uma experiência single player focada em combate, narrativa sombria e elementos clássicos do gênero Soulslike.

Um mundo sombrio e cativante

Logo nos primeiros minutos, The First Berserker: Khazan apresenta uma direção de arte forte e uma ambientação bem específica. A estética do jogo é marcada por castelos em ruínas, vilarejos desolados e cavernas esquecidas, sempre envoltas por uma paleta de cores sóbrias que reforçam o tom melancólico da história.

O visual mescla elementos de dark fantasy com um toque asiático, principalmente nos personagens, e é algo que ajuda a diferenciar o jogo de outras experiências semelhantes. Cada cenário tem uma identidade visual bem definida e o design dos inimigos vai desde soldados corrompidos até criaturas demoníacas.

The First Berserker: Khazan
The First Berserker: Khazan

Além disso, o jogo conta com cutscenes bem produzidas, dublagens competentes e uma boa interface, que ajuda ainda mais no gameplay durante a ação frenética. Sem dúvidas, o combate é o ponto alto do jogo.

Khazan é um guerreiro brutal, e isso se reflete em cada golpe. As animações são precisas e com impacto real, e exigem uma grande agilidade e estratégia. Não basta apertar botões aleatoriamente, é preciso ler os padrões dos inimigos, esquivar com precisão e escolher o momento certo para atacar.

Um Soulslike diferente, mas único

À medida que você avança, novas mecânicas vão sendo introduzidas, como ataques em cadeia, contra-ataques e o uso do espectro da espada que possui Khazan. Essa influência do espectro é uma das sacadas mais interessantes do game.

A criatura não apenas salva a vida do protagonista, mas passa a fazer parte do sistema de combate, oferecendo habilidades que ampliam o leque tático durante as batalhas. É um toque sobrenatural que combina perfeitamente com a proposta dark fantasy do jogo.

O arsenal disponível no jogo é relativamente variado, com diferentes tipos de armas, sendo elas, Empunhadura Dupla, Espada Grande e Lança. Um grande destaque de Khazan, é que cada arma possui uma única árvore de habilidades, onde quanto mais você usa um tipo de arma, mais experiencia você tem com ela.

O ponto legal, é que caso você queira trocar de arma, você consegue realocar os pontos de habilidades pelo menu, sem precisar de algum item ou realizar algum procedimento.

The First Berserker: Khazan
The First Berserker: Khazan

Mas o grande ponto fora da curva que faz Khazan se diferenciar dos demais “clones” de Dark Souls é justamente seus chefões. Apesar da sua ótima direção de arte, o que se destaca aqui é a dificuldade encontrada no chefe final de cada área, sendo muitas vezes com uma dificuldade desproporcional comparada com o resto da missão, aqui pode ser que muitas pessoas se frustem, mas cada batalha dificil vencida, o sentimento de satisfação é maior ainda.

O Jogador não apenas precisa aprender a coordenar suas esquivas e contra ataques, mas também entender a fundo as mecânicas do jogo para saber usar os combos de Khazan e entender quais habilidades pode ser de melhor escolha para cada momento de um chefe diferente.

Progressão e level design

A progressão segue o estilo consagrado pelos jogos da FromSoftware. Você enfrenta inimigos desafiadores, explora áreas e desbloqueia atalhos e “fogueiras” que servem como pontos de descanso e recuperação, que obviamente reviverá todos os inimigos da área.

O jogo recompensa a exploração com segredos, equipamentos especiais e detalhes de lore que complementam a narrativa principal. Apesar do jogo não constar com o sistema tradicional de um grande mapa interconectado igual da franquia Dark Souls, ele aposta no sistema de missões, onde você pode selecionar a missão através de um mapa dentro do HUB do jogo.

The First Berserker: Khazan
The First Berserker: Khazan

Quem está familiarizado com jogos do gênero vai ver várias semelhanças desse HUB, pois é onde você irá encontrar vendedores e até mesmo alguns NPCS, que vão aparecer para dar mais detalhes sobre a trama ou até mesmo vender alguns itens. O level design das fases é simples, mas bem trabalhado, onde o jogador vai passar desde florestas até mesmo castelos abandonados e os famigerados pântanos de veneno.

Uma história de vingança, mas sem surpresas

Embora o universo do jogo seja rico em ambientação, a história em si é bastante familiar e, as vezes, clichê. Khazan busca vingança contra aqueles que o traíram e que o condenaram ao exílio, enquanto tenta entender os verdadeiros motivos por trás da da trama. É uma narrativa clássica, com alguns momentos emocionantes, mas que não traz grandes reviravoltas.

The First Berserker: Khazan

Os personagens secundários cumprem seus papéis, mas são relativamente rasos em suas motivações. Não espere diálogos complexos ou dilemas morais profundos, o foco aqui é no combate e na jornada pessoal de Khazan. Para fãs de Dungeon Fighter Online, talvez existam mais camadas narrativas escondidas, mas para quem chegou agora, a história funciona mais como pano de fundo para matar monstros do que como o principal atrativo.

Trilha sonora e ambientação 

A trilha sonora de The First Berserker: Khazan é competente e sabe quando se destacar. Durante as batalhas mais intensas, a música ganha peso com batidas marcantes e orquestrações sombrias. Em momentos de exploração ou tensão, a trilha assume um tom mais minimalista e atmosférico, ajudando a construir a ambientação opressora do mundo.

Os efeitos sonoros também merecem destaque. O som das espadas, os gritos dos inimigos e o eco em cavernas fechadas são todos elementos que contribuem para uma imersão completa.

Performance e aspectos técnicos

Em termos de performance, o jogo roda de forma satisfatória nas plataformas atuais, com loadings rápidos e raríssimos bugs. Os comandos são responsivos, algo essencial em qualquer Soulslike, e a câmera se comporta bem mesmo em combates mais caóticos e lugares fechados.

Vale mencionar que os requisitos mínimos são acessíveis, o que deve agradar jogadores com PCs intermediários. Já nos consoles, o jogo roda suavemente, com boas opções de personalização gráfica e suporte a resoluções mais altas e também taxa de quadros desbloqueado.

Conclusão

The First Berserker: Khazan é um daqueles raros casos de jogos que conseguem entregar uma experiência completa mesmo em um gênero saturado. Com um sistema de combate profundo, direção de arte marcante e uma ambientação envolvente, o game oferece horas de desafio e satisfação.

Apesar de uma história previsível e personagens pouco desenvolvidos, o pacote geral é sólido. É uma excelente porta de entrada para quem quer conhecer mais do universo de Dungeon Fighter sem precisar mergulhar em um MMO, e, ao mesmo tempo, uma ótima pedida para fãs de Soulslikes em busca de algo novo.

The First Berserker: Khazan já está disponível para PlayStation 5, Xbox Series Series S|X e PC.

*O Cromossomo Nerd agradece a Nexon e TheoGames por ter nos cedido uma cópia do jogo no PS5 para esta análise.