Quando se trata de animações no estilo anime, sejam filmes ou séries, a Netflix tem feito em sua maioria um bom trabalho com estas produções, especialmente quando se trata de adaptações de algum produto já existente, como foi o caso de Castlevania. Agora, foi a vez de The Witcher ganhar um filme animado, e a plataforma mantém o bom trabalho.
Servindo como história de origem para Vesemir, mentor de Geralt de Rivia, The Witcher: Lenda do Lobo explora uma época até então não muito abordada nas histórias de Andrzej Sapkowski. Embora não haja tantas diferenças em relação aos tempos da série original, é um deleite ver Vesemir no seu auge, combatendo monstros com tamanha agilidade e força que foi uma sábia escolha terem feito este filme de forma animada, pois provavelmente não teríamos tais efeitos e movimentos se fosse em live-action como a série estrelada por Henry Cavill.
Familiaridades para os fãs, um novo mundo para os novatos
Uma das principais qualidades de Lenda do Lobo é que ela serve tanto como um presente para os fãs de carteirinha da histórias de The Witcher, como também é uma ótima porta de entrada para esse universo, com introduções a conceitos e detalhes daquele mundo que são bastante chamativos para novos espectadores, especialmente com a segunda temporada da série original chegando, e isso me leva novamente a Vesemir, que será apresentado no novo ano da série. O seu carisma e personalidade no filme animado é um destaque aparte, fazendo com que o público se importe com o personagem após apenas alguns minutos em tela. Com isso, não me admiraria que algumas pessoas se interessem pela produção principal por conta do mentor do Geraldão.
Além do Bruxo, os outros personagens da trama funcionam bem nos pouco mais de uma hora e meia de duração do longa, algo inclusive que me fez pensar se não teria sido melhor que essa produção tivesse sido uma minissérie, assim como será a vindoura Blood Origin, que se passará ainda mais no passado deste universo. De todo modo, a trama apresentada aqui cumpre seu papel, apresentando a origem de um personagem querido do público e também desenvolvendo aqueles ao seu redor, mesmo que não tenha tempo suficiente para isso.
Mais monstros e melhor uso das magias
Outro ponto positivo da animação é a ótima forma que a direção intercala entre as lutas de espadas e o uso das magias, coisa que mais uma vez não pudemos ver tão bem assim no live-action. Lenda do Lobo mostra claramente como os bruxos e bruxas deste mundo estão familiarizados com seus poderes, o que rende excelentes cenas de combate dos bruxos com os monstros, bem mais diversificados também, inclusive com conceitos bem interessantes que poderiam ser explorados novamente num futuro.
Claro que obviamente isso se dá pelo fato do filme ser uma animação, o que facilita na utilização destes fatores. Mas além disso, a fluidez da animação é um ponto forte para que os poderes e movimentos durante os combates sejam cativantes e deixem o espectador apreensivo. Ainda assim, há momentos que a mistura de 2D e 3D são meio… esquisitas, para não dizer outra palavra. Atrapalha? Não. Mas pode ser um incômodo pra quem gosta de conferir um bom desenho.
Lembrando muito os momentos primordiais de Castlevania, The Witcher: Lenda do Lobo é uma excelente adição ao universo das histórias dos Bruxos. Além de dar a Vesemir uma merecida aventura, é a forma perfeita para que os livros, jogos e a própria série baseada no universo de Geralt ganhe novos fãs.