Finalmente chegou o aguardado lançamento de Vingadores: Guerra Infinita. Depois de longos 10 anos, Thanos irá enfrentar os Vingadores em um confronto épico e cheio de consequências desastrosas.
É inegável que a Marvel se tornou uma potência cinematográfica no que diz respeito aos filmes de super-heróis. Os filmes do estúdio ficam cada vez mais épicos e grandiosos, e consequentemente, faturam mais. Mas depois do sucesso arrebatador de Pantera Negra, muitos se perguntavam como o estúdio iria fazer para superar isso.
A resposta chega com o esperado Vingadores: Guerra Infinita, que reúne todas as franquias do estúdio em um único filme que finca a bandeira definitiva com os dizeres “A Marvel faz os melhores filmes de super-heróis da face da Terra.”
Não é à toa que os diretores e todos os envolvidos com o projeto pediram silêncio absoluto sobre os eventos da trama, afinal, uma simples revelação é capaz de estragar a experiência de qualquer usuário. Isso deixa ainda mais difícil o trabalho dos críticos, já que temos que “pisar em ovos” para falar sobre o filme, mas isso não é uma coisa ruim.
Acredite, se você está acostumado com filmes de super-heróis que possuem uma trama simples, com uma fórmula padrão e com um final feliz e cheio de esperança, não irá encontrar isso em Guerra Infinita. Muito pelo contrário, embora a levada do filme seja muito divertida e com inúmeros alívios cômicos, não é esse o sentimento deixado pelo fim da trama, na verdade, é quase como se fosse um episódio de Black Mirror, onde tudo começa bem e relativamente normal, e acaba de uma maneira onde você questiona sua própria existência.
O trabalho de roteiro pode ser definido apenas como impecável. É incrível o nível de coesão que conseguiram dar para a trama, mesmo com o elevado número de personagens e arcos. Tudo fica ainda mais incrível quando nos lembramos de que ele ainda é baseado em histórias clássicas da Marvel, e consegue ter uma trama que, ao mesmo tempo remete demais ao material base e possui inúmeras referências, ainda consegue ser extremamente nova e empolgante.
A trilha sonora é um elemento muito importante do filme, já que nas 2 horas e 29 minutos da película, passamos por um leque enorme de trilhas que compõem cada um dos arcos e cenas. Além disso, personagens como Pantera Negra e Guardiões da Galáxia possuem trilhas que remetem à seus filmes solo, para aumentar ainda mais a ideia de união das franquias e de coesão temporal.
Anthony e Joe Russo, diretores do longa, realmente mostram que são os diretores mais competentes que existem quando se fala em filmes de super-heróis. É impossível não olhar o filme e não imaginar o trabalho que eles tiveram para encaixar tudo e fazer com que a trama ficasse coerente, dando destaques igualitários para todos os personagens, incluindo os novos.
Os efeitos especiais e a fotografia são de cair o queixo, mais uma vez, a identidade de cada franquia entre em pauta, e cada lugar possui uma fotografia que remete aos filmes solo, o que é algo muito difícil de ser executado. Além disso, os enquadramentos e jogos de câmera são absurdamente bem-feitos, aumentando ainda mais a imersão das cenas de ação.
Fica claro o motivo pelo qual Thanos foi vendido como o pior vilão de todos os já enfrentados pelos heróis nesse universo. O titã louco é realmente poderoso, mas mais do que isso, ele é extremamente ameaçador e sádico. Tirando a parte vilanesca, Thanos é extremamente emocional e possui sentimentos, e acredite, isso o torna mais perigoso ainda. Josh Brolin entrega uma atuação digna de ser aplaudido de pé.
A sensação deixada por Guerra Infinita é de que, a Marvel realmente quis mostrar o quão longe ela pode ir com seus personagens, e que ela possui seu universo totalmente sob controle, podendo moldá-lo a seu bel prazer, provocando inúmeros tipos de reações no espectador com um mesmo filme.
Se existe um legado que será deixado pela Marvel com Guerra Infinita, é o de que você não deve subestimá-la. Embora o UCM tenha começado com heróis de baixa popularidade, e que não fossem conhecidos e queridos pelo grande público, o estúdio conseguiu virar o jogo e nos deu personagens que são mais empáticos do que os grandes figurões da indústria atualmente.
Sim, Guerra Infinita é um filme colorido, um filme cheio de piadas e momentos engraçados e muitos outros adjetivos que os haters tanto usam para desmerecer os filmes da Marvel, mas além disso, é um filme cheio de alma, de pesar, de cenas de ação incríveis, de personagens fantásticos, com um roteiro bem construído, uma direção impecável, e principalmente, um filme de super-heróis que nos faz lembrar o motivo pelo qual os quadrinhos são tão amados.
Vingadores: Guerra Infinita já está disponível nos cinemas.
NOTA: 5/5