X-Men: Apocalipse é muito melhor do que aquilo que você imagina

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Confesso que estava bem cético quanto à assistir “X-Men: Apocalipse” depois de me deparar com o que vinha sendo divulgado pelos trailers. Efeitos especiais medianos, figurinos infiéis e Mística como líder dos X-Men. Entendam, não é fácil para um fã do grupo dos mutantes depositar sua confiança nos filmes da FOX com o histórico que já tivemos, mas acreditem, o fim desta nova trilogia veio para tirar o gosto ruim da boca dos fãs e eliminar de vez o que foi feito no passado sem deixar de aproveitar algumas coisas que foram feitas corretamente.

O filme certamente tem seus defeitos, mas isso em nada atrapalha a experiência e muito menos o fan-service, eu vi em “X-Men: Apocalipse” algumas das cenas mais memoráveis que os mutantes já tiveram até hoje nos cinemas, os efeitos que eu achava estarem medianos pelos trailers agora passam despercebidos, o filme tem muita ação, Bryan Singer continua com sua cena de ação inicial que faz cair o queixo e isso é só a introdução para a grandiosidade que está por vir.

Um dos maiores defeitos ao meu ver continua sendo a caracterização de alguns personagens, enquanto alguns beiram a perfeição, outros como o vilão que dá nome ao filme continuam deixando à desejar. Apesar de Oscar Isaac se esforçar e muito para fazer de seu Apocalipse uma excelente versão de sua contraparte nos quadrinhos, no quesito atuação e em alguns momentos conseguir impressionar como um vilão frio, calculista e sem medo de matar (aprende aí Marvel/Disney), assim como é o vilão, ele acaba sendo prejudicado pela caracterização que tira dos fãs aquele saudosismo encontrado em Psylocke, entretanto como dito acima, Isaac representa a essência do vilão com maestria e transmite para o público o Imperador Mutante que quer tomar o controle do mundo para os mais fortes da espécie evoluída.

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Ainda Parece o Ivan Ooze, principalmente no começo do filme.

Os novos mutantes de Xavier (e a tão amada equipe dos quadrinhos) funcionam muito bem em conjunto, até mesmo o romance entre Jean Grey e Scott Summers é muito mais realista do que suas versões anteriores, em “Apocalipse” vemos a equipe inexperiente, insegura e jovem que ainda não sabe o potencial de seus poderes mas que à sua maneira conseguem sair de situações difíceis e cumprir a missão de salvar o dia.

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Mercúrio deixou de ser apenas uma participação especial e passou a se integrar (perfeitamente, devo dizer) à equipe, sua entrada mais uma vez é triunfal e novamente rouba a cena, o papel de Pietro (neste novo universo Peter) é bem desenvolvido e consegue ser engrenado com a batalha final e não é simplesmente “jogado” na tela para forçar a inclusão do personagem, Tempestade é um show à parte, a origem da personagem é um live-action replicado exatamente das páginas dos quadrinhos e a personagem em combate também não deixa à desejar, finalmente vemos a deusa dos ventos em ação como deve ser e não uma simples co-pilota do BlackBird.

Sophie Turner é a Jean Grey em pele, osso e alma, ao sair da sessão soltei a respiração e abri um sorriso enorme com o pensamento de que finalmente vi a Jean nos cinemas que eu sempre quis ver! Ali estava a insegura, astuta, delicada, gentil e super-poderosa Jean Grey dos quadrinhos, Singer pediu desculpas por “X-Men 3: O Confronto Final” (Mesmo não tendo sido ele o responsável pelo desastre) e fez a nova Jean como sempre deveria ter sido feita, devo dizer que o “teaser” do que está por vir com os poderes da mutante me deixou orgulhoso e parece que finalmente teremos a Fênix feita da maneira correta.

Singer remenda muitos dos danos feitos nos filmes anteriores e de certa forma consegue corrigir a linha temporal se você esquecer o que foi feito na trilogia anterior, o diretor também parece ter aprendido com os erros do passado e ter ouvido um pouco mais os fãs, até mesmo o Wolverine foi finalmente, depois de tantos filmes, retratado de uma maneira que nos deixou de queixo caído. Ali estava o carcaju insano, assassino e imparável, o novo Noturno também está muito fiel aos quadrinhos no quesito personalidade, piadista e religioso, mas também não deixa de encher os olhos nas cenas de luta e não fica devendo para sua versão cinematográfica anterior e a icônica cena na Casa Branca.

A Mística de Jennifer Lawrence acaba funcionando, apesar de muitos acharem que a personagem está saturada e que não faz sentido o destaque que ela recebeu (assim como eu também achava), no filme isso consegue ser revertido, a mutante não tem tanto destaque quanto parece ter e na verdade funciona apenas como ligação entre os X-Men de “Primeira Classe” e os novos de “Apocalipse”, a falta da maquiagem azul é compensada com uma desculpa que de certa forma é engolida pelo expectador e no final acabamos aceitando o fato dela ser uma espécie de líder para a nova equipe e abandonando todos os princípios vilanescos da personagem nos quadrinhos, porém vale ressaltar que os personagens ainda são jovens e muitas coisas podem mudar nos próximos filmes da franquia.

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Por fim, gostaria de dizer que “X-Men: Apocalipse” conseguiu agradar até mesmo quem nem queria ver o filme (sim, estou falando de mim mesmo), ainda há coisas para serem corrigidas, mas o filme certamente apresenta uma evolução incrível em tudo o que já foi feito com esses personagens até agora. Se continuarem neste nível de acerto não tenho dúvidas de que em um futuro próximo veremos um filme como sempre sonhamos, parece que a FOX está mais cautelosa com os personagens e finalmente percebeu que estão com um tesouro incalculável nas mãos e que devem ter respeito com ele. Espero que eu esteja correto e que essa minha esperança não seja despedaçada em um eventual próximo filme da franquia.