[ANÁLISE] Copycat apresenta uma história intrigante, mas deixa de lado a experiência como jogo

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Copycat foi anunciado em 8 de junho de 2024 com a proposta de colocar o jogador na “pele” de um felino. O jogo chegou prometendo uma história que o estúdio descreveu como “aconchegante”, buscando combinar a atmosfera de Stray com um toque mais afetuoso. No entanto, com o lançamento do jogo, percebemos que a realidade não correspondeu exatamente a essa expectativa.

Copycat tenta passar uma mensagem, mas falha miseravelmente

O jogo apresenta a história de Dawn, um felino recém-adotado de um abrigo por uma senhora que, além de aparentar problemas de saúde, sofre de uma profunda carência emocional que projeta no gato.

A história, apesar de prometida como ‘aconchegante’, explora temas pesados, como família, abandono de animais e irresponsabilidade. Embora sejam tópicos relevantes, especialmente para uma trama com um gato, o jogo os trata de forma superficial e banal.

Ao longo da história, o jogo retrata o pior lado dos humanos, mas tenta disfarçar como “erros banais”, tentando mostrar o impacto disso no felino. No entanto, isso seria mais eficaz se quase todos os personagens humanos não fossem extremamente detestáveis.

A mensagem do jogo, que tenta mostrar que lar é onde você é necessário, ignora completamente o fato de que o protagonista felino foi abandonado, deixado para morrer, humilhado de diversas formas e submetido a traumas profundos.

copycat dona do gato brincando com ele
Ela tenta ser uma boa pessoa, pena que o jogo não ajuda na escrita dela.

O mais irônico é que, apesar de a senhora protagonista usar o gato como uma muleta emocional e abandoná-lo quando mais precisava, ela e a filha – que personifica o pior da humanidade – ainda recebem uma espécie de “redenção”, como se precisassem desesperadamente de alguém, mesmo sendo péssimas pessoas.

A história tenta transmitir uma visão fofa e bonita sobre lar, família e respeito, mas, no final das contas, a única mensagem que ficou para mim foi que todos os humanos desse jogo deveriam estar presos, de preferência.

Gameplay é mais focada em texto e minigames do que em uma jogabilidade tradicional

Copycat segue a fórmula de Stray, mas com menos polimento e menos incentivo para continuar jogando a longo prazo. As grandes seções de exploração, que deveriam ser envolventes, acabam se tornando repetitivas e desinteressantes.

O jogo não consegue criar um mundo atraente para exploração, e a mecânica de movimentação carece da fluidez e do encanto presentes em títulos semelhantes.

Copycat minigame
O cenário é bem construído, proporcionando uma imersão completa no clima do jogo.

As partes mais cativantes do jogo acabam sendo os minigames, que simulam aspectos da vida felina. Esses momentos trazem uma diversão inesperada, principalmente quando acompanhados por comentários de biólogos que explicam o comportamento natural dos gatos.

Essa tentativa de misturar entretenimento com educação é um ponto positivo e uma adição criativa, mas infelizmente não é suficiente para compensar os problemas que permeiam o restante da experiência.

Conclusão

Copycat é um jogo que, apesar de promissor, sofre com uma série de problemas que comprometem sua experiência. Visualmente, o jogo carece de um cuidado estético que o torne agradável e imersivo.

A história começa com uma premissa interessante, mas se perde ao tratar temas importantes de forma superficial e sem desenvolvimento adequado. A mensagem que o jogo tenta transmitir parece mal elaborada, causando uma impressão negativa.

O gameplay, por sua vez, se concentra mais em textos longos e minigames do que em uma jogabilidade envolvente, o que pode frustrar jogadores que buscam uma experiência mais ativa e interativa.