[ANÁLISE] Mortal Kombat 1: Reina o Kaos traz adições importantes, mas peca na história

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Lançado no ano passado, Mortal Kombat 1 chegou como um reboot da série em que o Deus do Fogo Liu Kang refez o universo para evitar tragédias de linha do tempo anteriores, mudando o destino de personagens famosos da franquia, como Sub-Zero e Scorpion sendo irmãos na Nova Era.

Outro ponto importante é a mudança na jogabilidade, o aspecto mais importante de Mortal Kombat. Agora, os jogadores possuem um Kameo, um lutador que pode ser acionado para dar assistência e ajudar no combate, criando oportunidades de combos ou salvando sua vida no aperto.

Apesar de boas novidades, Mortal Kombat 1 sofreu críticas por trazer algumas coisas inacabadas e ênfase nas microtransações. Agora, o segundo ano de conteúdo intitulado Reina o Kaos chega com uma nova narrativa, novidades e recursos muito pedidos pelos jogadores. Será que isso é suficiente para conquistar os fãs? Confira em nossa análise!

Confusão caótica

Mortal Kombat 1: Reina o Kaos começa logo após os eventos épicos da história principal, com Liu Kang impedindo que Shang Tsung destruísse as linhas do tempo. Entretanto, os problemas surgem quando a rivalidade entre os Shirai Ryu e Lin Kuei retorna com novos contornos, mais violentos.

Nesse momento, a trama é jogada de lado para uma ameaça muito mais temível: Havik Titã. Com o poder no nível de um deus, o clérigo do caos invade a linha do tempo de Liu Kang para sequestrar Geras por um motivo sombrio. Sub-Zero sai em seu encalço, mas acaba encontrando um destino pior do que a morte e obrigando os combatentes a esquecerem as rivalidades para impedirem a destruição.

A trama de Reina o Kaos tem boas ideias, mas a sua curta duração e o desenvolvimento dos personagens resultam em decepção. Sem entrar em detalhes, algumas decisões são altamente questionáveis e passam a sensação de pressa para concluir tudo em 2 horas, sendo que há margem para conteúdos futuros e até mesmo sequências.

Havik Titã começa como um vilão interessante e até divertido, mas as coisas desandam de forma inacreditável no ato final. Se você achou absurdo Cassie Cage surrando Shinnok na sua forma mais poderosa, se prepare para ficar revoltado. Alguns personagens ganham mais destaque na história principal, mas por abordar constantemente multiverso, passam a sensação de descartáveis.

Rostos conhecidos, mas diferentes

Mortal Kombat 1: Reina o Kaos inclui três personagens novos: Noob Saibot, Cyrax e Sektor. Em questão de jogabilidade, eles funcionam exatamente o que você esperaria deles. Em termo de universo, Cyrax e Sektor são mulheres, com outras relações com os personagens já estabelecidos que não vou falar por spoilers.

Quem tem o Pacote de Combate 2 também terá direito a três convidados: Conan, o Bárbaro com as feições do icônico Arnold Schwarzenegger, Ghostface da franquia Pânico e o T-1000, o vilão apelidado de “Policial Mau” de O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final, com as feições do ator Robert Patrick. Todos chegarão futuramente ao jogo sem custo adicional aos donos da expansão.

Quem realizou a pré-venda, tem direito à lista de skins especiais: Scorpion Casamento, Imperatriz Mileena e as versões clássicas de Ultimate Mortal Kombat 3 de Sub-Zero e Noob Saibot. O modo história também tem algumas aparências interessantes para serem desbloqueadas, principalmente com o tema de Caos.

Retornos bem-vindos

Caso você não tenha comprado Mortal Kombat 1: Reina o Kaos, há novidades incluídas na atualização para todos os jogadores. O primeiro é algo que vai abrir um sorriso no rosto dos jogadores da velha guarda: os animalities.

O Animality é um movimento de finalização em que os lutadores podem se transformar em seus espíritos-animais para executar seus oponentes. Devo dizer que a NetherRealm abusou da criatividade e violência, com os personagens agindo com mais crueldade do que nunca. Além disso, os convidados trazem referências muito interessantes ao seu material de origem.

Desde o lançamento, Mortal Kombat 1 foi criticado pelo escasso conteúdo single-player e pela dificuldade em liberar itens no modo Invasão, que simula um jogo de tabuleiro. Felizmente, veio a redenção com a expansão.

A NetherRealm retornou com as Torres do Tempo de Mortal Kombat 11. Basicamente, são estágios em que você precisa derrotar seus oponentes em condições adversas para desbloquear itens especiais. Como elas tem duração e mudam segundo o tempo, trazem uma variedade ótima para quem quer apenas desbloquear aparências para os personagens ou upar seus lutadores.

Devo investir em Mortal Kombat 1: Reina o Kaos?

Mortal Kombat 1: Reina o Kaos é uma expansão polêmica. Primeiro, seu modo história repete os mesmos erros do jogo original, mas dessa vez com mais absurdos e com uma duração pífia, passando a sensação de ser apenas uma temporada do Modo Invasão com cinemáticas bem trabalhadas e um final totalmente anticlimático.

Por outro lado, Noob Saibot, Cyrax e Sektor são inclusões muito interessantes, oferecendo jogabilidade divertida e clássica, mesmo que tenham algumas diferenças no quesito narrativa. Os personagens convidados prometem ser boas adições também, mas só o tempo dirá.

A inclusão do Animality e Torres Vivas são a cereja do bolo, mas são conteúdos gratuitos. Então, vale a pena comprar a expansão? Pelo preço cobrado de R$ 250 no PlayStation 5, eu diria sem pestanejar que não. Com um desconto de pelo menos 50%, é um pacote interessante.

*O Cromossomo Nerd agradece a Warner Bros. Games e a NetherRealm Studios pela cópia da expansão no PS5 para esta análise.