[ANÁLISE] Predator: Hunting Grounds é uma caçada que vale a pena ver de novo?

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Lançado em 2020 para PlayStation 4 e PC, Predator: Hunting Grounds chegou com a proposta de recriar o embate épico entre Arnold Schwarzenegger e seu pelotão contra o lendário alienígena da raça Yautja (Predador para os íntimos).

Por mais que o jogo tivesse boas ideias, o consenso entre a crítica especializada e o próprio público é que Predator: Hunting Grounds era uma decepção retumbante rodeada de diversos problemas técnicos.

Quatro anos depois, o título ganha versões para PlayStation 5 e Xbox Series X|S com novidades, como rodando na Unreal 4.27, Vivox e Wwise, além de suporte para DualSense e outras melhorias. Será que vale a pena reviver essa caçada? Confira em nossa análise!

Vá para o helicóptero!

Predator: Hunting Grounds não possui um modo história, apenas fitas espalhadas do major Dutch (Arnold Schwarzenegger) que contam um pouco do que aconteceu após os eventos do filme de 1987.

Aqui, os jogadores encontram uma experiência multiplayer assimétrica, ou seja, quatro usuários irão controlar personagens de um esquadrão militar, enquanto um deles assumirá o papel do temível Predador.

Enquanto os soldados precisam cumprir objetivos variados, como coletar inteligência ou matar um traficante importante nas selvas e fugir para o helicóptero, o Predador precisará caçá-los e impedir que consigam concluir a missão.

Como era de se esperar, jogar com os soldados é totalmente diferente do Predador. Como humanos, o esquadrão possui armamentos variados, mobilidade limitada e algumas habilidades únicas, como utilizar lama para ficarem ocultos da visão de calor do alienígena.

No caso do Predador, há as diversas armas icônicas do cinema, como a lança e a arma de discos, e parkour para subir pelas árvores e se locomover rapidamente. Completando o combo, é possível ficar invisível e utilizar a visão de calor para identificar o posicionamento dos alvos, além da audição aguçada.

Se sangra, podemos matá-lo

A grande sacada de Predator: Hunting Grounds é unir o trabalho em equipe para cumprir os objetivos e enfrentar o alienígena, já que sua resistência elevada e armamento superiores representam um desafio elevado. Por vezes, jogadores que se separam são obliterados facilmente pelo Predador.

Ao mesmo tempo, tanto os jogadores quanto os Predadores precisão lidar com soldados controlados pela IA, que estão guardando posições. Entretanto, a programação faz com que eles não tragam uma ameaça real, diminuindo drasticamente o desafio.

Além de uma mira sem nenhuma calibragem, os bonecos dificilmente irão detectá-lo, mesmo que esteja ao lado deles. No fundo, a sensação que passa é que eles estão lá para serem mortos e dar experiência para o jogador, não para produzir uma um cenário de confronto épico como no filme original.

Para completar, as diversas falhas técnicas, herdadas da versão de PlayStation 4 e PC, ainda estão presentes aqui, o que prejudica bastante a experiência.

De praticamente 10 partidas, eu apenas consegui concluir 3, não por morrer, mas por conta dos bugs no título, como personagens que não conseguiam se mexer, desconexão com o host e fechamentos inesperados, me fazendo perder todo o progresso da missão.

Outro problema curioso é o fato do Predador estar mudo durante as partidas. Tanto na cena de abertura ou quando eu venci, o alienígena fazia movimentos de rugido com o crânio das vítimas, mas não saía nenhum som.

Tendo em vista que estamos falando de um upgrade para a nova geração de consoles, esperava algumas melhorias visuais, mas infelizmente, elas não aconteceram.

Um ponto que me incomodou bastante é o fato da localização estar incompleta, com trechos do jogo em português e outros em inglês.

Nos pontos positivos, o matchmaking está notoriamente melhor. Antes, conseguir partidas jogando como Predador era um sofrimento, com a espera chegando a 10 minutos. Agora, eu consegui entrar em sessões com 30 a 50 segundos de espera.

Em termos de conteúdo, Predator: Hunting Grounds adicionou criaturas de outros filmes, como Predador 2 – A Caçada Continua (1990), O Predador (2018), O Predador: A Caçada (2022) e outros, mostrando o cuidado em representar as criaturas do universo de filmes.

Vale ressaltar que, caso esteja jogando sozinho e queira jogar como humano, não há alienígena controlado pela IA, apenas os traficantes, o que não faz muito sentido e tira boa parte da graça do jogo.

Devo investir em Predator: Hunting Grounds?

Predator: Hunting Grounds tinha muitos problemas quando lançado em 2020 para o PlayStation 4 e PC. Apesar de atualizações, novos conteúdos e um relançamento para a atual geração, isso não fez com que o título ganhasse a revitalização que precisava.

Tirando pela melhora no matchmaking, resposta tátil do DualSense e algumas mudanças discretas nas texturas, Predator: Hunting Grounds é uma decepção para os fãs do icônico Predador ou para aqueles que buscam um game multiplayer assimétrico.

Predator: Hunting Grounds já está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.

*O Cromossomo Nerd agradece a Illfonic pela cópia de Predator: Hunting Grounds no PS5 para esta análise.