[ANÁLISE] Spyro: Reignited Trilogy | Nostalgia que aquece a alma

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Mais uma vez, a Activision decide resgatar as boas memórias dos gamers dos anos 90 e dar uma nova roupagem para uma aclamada franquia da época. Com Spyro: Reignited Trilogy temos a chance de controlar novamente o simpático dragãozinho roxo, que não poupa esforços para ajudar seus amigos, tampouco foge de desafios.

Depois do sucesso da remasterização da franquia Crash Bandicoot, não demorou muito para que o estúdio decidisse fazer o mesmo com Spyro, algo que já era muito aguardado pelos fãs. Em Reignited Trilogy, vemos a compilação dos três primeiros jogos do dragão, que assim como Crash, ganharam gráficos mais detalhados e polidos, que fazem jus à atual geração de consoles, porém todos os elementos dos jogos originais são mantidos com perfeição, incluindo até mesmo as trilhas e efeitos sonoros.

Podemos notar aqui uma boa melhora na jogabilidade, que está extremamente fluída e calibrada (exceto pelos momentos em que você precisa nadar, onde temos um certo problema com a câmera), além das animações dos personagens, que deixaram para trás seus gráficos poligonais para dar lugar à formas arredondadas e mais realistas. As cutscenes também estão excelentes, embora tenhamos notado uma queda de quadros em algumas delas, mas nada que atrapalhe a experiência.

É claro, toda essa fidelidade ao material original tem um preço, já que vemos aqui uma defasagem mecânica em relação aos jogos de hoje em dia. Aparentemente, a evolução nos fez ficar mal acostumados e imediatistas, já que, principalmente no primeiro jogo, sentimos falta de desafios maiores, bem como a possibilidade de melhorar as habilidades de Spyro, fazendo dele mais ágil, seu sopro de fogo mais forte e seu voo mais distante, contudo, temos de entender que essa não era a proposta do jogo original, que se resume apenas a alguns desafios pontuais e que não exigem toda essa evolução, algo que pode acabar sendo um pouco cansativo para os gamers que não viveram a experiência na época.

Curiosamente, mesmo com essa limitação, os jogos ainda são extremamente divertidos e cativantes, com linhas de diálogos engraçadas, que são complementadas pela personalidade sincera de Spyro, que pela primeira vez, é dublado em português do Brasil, o que é ótimo! Por falar em dublagem, o estúdio fez um ótimo trabalho, acertando em cheio na diversidade de dubladores que entregam características particulares para cada um dos personagens.

Ao longo de nossos testes, pudemos concluir que Spyro ainda é o jogo perfeito para introduzir as crianças ao mundo dos games. Vemos aqui três jogos extremamente intuitivos e explicativos, que oferecem desafios na medida certa para os pequenos e estimulam suas curiosidades, além da ambientação e dos personagens que são muito atrativos para eles.

Agora que a Activision já fez nossa alegria ao relançar clássicos de nossa infância, seria interessante vermos essas franquias sendo levadas a novos patamares, afinal, mais uma vez nos lembramos do potencial e da força que elas possuem e seria uma pena se elas se resumissem apenas à remasterizações das trilogias originais. Embora os títulos subsequentes de Crash e Spyro não tenham sido tão bons quanto os primeiros, sabemos da capacidade da Activision e queremos acreditar que eles podem fazer desses dois personagens tão amados um sucesso novamente.

Se assim como eu, você sentia vontade de jogar mais uma vez esses jogos, finalmente pode adicioná-los em sua coleção. Por mais que 2018 tenha sido um ano recheado de títulos megalomaníacos e de extremo sucesso, é bom dar uma pausa nas complexidades e remeter aos velhos tempos – e Spyro nos faz lembrar de onde tudo começou.