Mais de três anos depois do lançamento do original, The Last Of Us Part II Remastered chega como mais uma obra remasterizada da Sony, apostando na história que o consagrou e alguns bônus. Será que isso é suficiente para justificar a sua compra? Confira em nossa análise!
Em 2020, o mundo vivia a pandemia de COVID-19 e muitos tinham o videogame como principal distração neste período sombrio. Enquanto muitos lançamentos eram adiados, The Last of Us Part II chegou como uma das maiores apostas da Sony para o PlayStation 4.
A muito aguardada sequência chegou causando polêmica por decisões narrativas controversas e uma história ainda mais brutal do que o primeiro jogo. Gostando ou não, o título faturou o prêmio máximo de “Jogo do Ano” no The Game Awards 2020, tornando-se um dos games mais aclamados da história.
Quem é o vilão dessa história?
The Last of Part II foi lançado há mais de três anos e o remaster não faz alterações em sua narrativa. Ou seja, tudo o que acontece na história é amplamente conhecido, algo que aconteceu até mesmo com o título original, já que antes do título chegar aos jogadores de forma oficial, o jogo foi alvo de um vazamento que entregou as principais surpresas.
Contudo, não iremos mencionar spoilers para preservar sua experiência, considerando que seja a sua primeira vez com o título. No primeiro The Last of Us, Joel aceita cruzar os Estados Unidos com a adolescente Ellie em uma missão que pode curar o mundo de uma pandemia causada por um fungo que arrasou a humanidade.
A sequência se passa cinco anos após Joel tomar uma decisão controversa que eliminou as esperanças de uma cura. Agora, Ellie é a protagonista da aventura e mora com ele na comunidade de Wyoming.
Joel assume de vez a figura paterna construída ao longo do jogo anterior, mas sua postura radical gera atritos com Ellie, que começa um romance, faz novas amizades e está cada vez mais independente.
Contudo, as consequências de uma decisão do passado chegam de forma brutal, abalando Wyoming e levando Ellie a embarcar em uma missão muito arriscada, gerando resultados ainda piores e mais trágicos.
The Last of Us Part II traz uma narrativa densa, complexa e com diversas camadas que mostra como a vingança pode gerar resultados devastadores e imprevisíveis. No final, você não saberá se irá torcer para Ellie cumprir seu objetivo ou se irá considerar que ela foi longe demais em suas escolhas.
Caso você seja sensível à violência, recomendo jogar com cautela e preparado para lidar com assassinatos brutais, mutilações e até mortes de animais. Aqui, a Naughty Dog não poupa ninguém e nem deveria. A beleza de The Last of Us Part II é justamente trazer um mundo sombrio com cenas explícitas e escolhas questionáveis.
Em jogabilidade, a sequência é uma versão ainda melhor do primeiro jogo. A movimentação de Ellie é aprimorada com mecânicas novas, como esquiva, e furtividade ampliada, trazendo novas possibilidades aos encontros.
Outro destaque é a exploração que traz cenários ainda maiores e repletos de ameaças. Além de lidar com infectados, estaladores e novas criaturas, o jogador precisará lidar com uma guerra entre o grupo paramilitar W.L.F. e a seita religiosa dos Serafitas.
Por mais polêmica e controversa que possa ser, a história de The Last of Us Part II traz uma experiência única, envolvente e que levanta bons pontos para reflexão, com o diretor Neil Druckmann entregando a sua melhor obra até o momento.
Sobrevivência do mais forte
Uma das principais novidades de The Last of Us Part II remastered é o novo roguelike “Sem Volta”. Aparentemente, o gênero está cada vez mais popular e encantou a Sony, que lançou a expansão Valhalla para God of War Ragnarok nos mesmos moldes, mas com história adicional.
Em “Sem Volta”, os jogadores precisarão escolher entre alguns personagens da trama para enfrentar seis encontros gerados aleatoriamente, com um chefão aguardando no final. Cenários, inimigos, armas e suprimentos são gerados aleatoriamente.
Caso você morra, sua sessão será encerrada e você precisará recomeçar em um novo conjunto de seis encontros. Algumas vezes, você pegará confrontos fáceis e tranquilos, mas em outras, encontrará algo difícil logo no início. Boa parte da diversão é você precisar se adaptar a cada situação.
Ao vencer os encontros, o jogador libera mais personagens, skins, modificadores e até chefes, abrindo novas possibilidades. O sistema de progressão vicia e fará você passar boas horas matando inimigos e coletando suprimentos.
Para dar maior equilíbrio, cada personagem jogável tem uma arma inicial e uma vantagem. Por exemplo, Tommy traz um rifle de longo alcance e mais resistente a golpes físicos, mas não consegue se esquivar de golpes, enquanto Ellie tem pontos equilibrados e irá se sair em todos os cenários.
“Sem Volta” diverte e aproveita o excelente combate do jogo, focando em trazer mais ação. Enquanto a história incentiva abordagem mais cautelosa e para poupar equipamentos, o modo roguelike quer que os jogadores sejam agressivos, mas tendo em mente que um erro fará a sessão ser perdida.
The Last of Us Part II Remastered traz gráficos melhores e alguns extras
Lançado às vésperas da nova geração estrear em 2020, The Last of Us Part II se mantém até hoje como um dos jogos mais bonitos da indústria, levando o PlayStation 4 ao seu máximo. Então, fica difícil um remaster para o PlayStation 5 trazer alguma diferença visual considerável.
A versão remasterizada traz desempenho nativo em 4K no modo fidelidade com meta de 30 FPS. Já o modo desempenho conta com resolução 1440p e upscale para 4K, mas ultrapassando 60 FPS em televisões e monitores compatíveis. Além disso, o jogo é compatível com VRR (taxa de atualização variável).
Visualmente, as melhorias são discretas e trazem sombras mais nítidas, texturas aprimoradas e outros detalhes menores que boa parte dos jogadores não irá reparar. Ainda na parte técnica, temos o DualSense sendo utilizado para trazer maior imersão, complementando a experiência.
Outra novidade é a possibilidade é o modo “Performance com violão”. Apesar do nome, é possível escolher personagens e tocar outros instrumentos.
Para aqueles que gostam de emoção extra, há o Modo Speedrun para os jogadores tentarem terminar a história no menor tempo possível.
E aqueles que querem saber mais sobre os bastidores, The Last of Us Part II Remastered possui uma opção de ser jogado com os comentários do diretor Neil Druckmann e dos atores, que revelam curiosidades e explicações sobre algumas decisões polêmicas.
Por último, as Fases Perdidas permitem jogar trechos que não chegaram à versão final. Porém, estão em estado pré-alfa inacabado, algumas sem diálogo falado e animações completas. No geral, é um pacote legal para fãs, mas não vai encantar jogadores casuais.
Considerações finais sobre The Last of Us Part II Remastered
The Last of Us Part II Remastered não vai impressionar jogadores que já o experimentaram o título no PlayStation 4, mas por um bom motivo: o jogo original continua oferecendo uma experiência fantástica e impressionante em termos técnicos.
O modo “Sem Volta” é divertido e irá fornecer umas horas a mais de diversão, mas os outros conteúdos são mais voltados para fãs, não para o público geral.
Em síntese, a nova versão é perfeita para jogadores que ainda não tiveram a oportunidade de jogar o título em seu lançamento original ou para aqueles que querem experienciar novamente um dos melhores exclusivos do PlayStation com alguns aprimoramentos.
The Last of Us Part II Remastered será lançado para PlayStation 5 no dia 19 de janeiro. Jogadores que já tenham a edição digital do original poderão fazer o upgrade por R$ 50.
*O Cromossomo Nerd agradece a Giusti Comunicação e PlayStation Brasil por ceder uma cópia de The Last of Us Part II Remastered no PlayStation 5 para esta análise!