Enquanto os fãs de Hollow Knight esperam pelo lançamento do aguardadíssimo Silksong, a desenvolvedora independente Hadoque chega com o lançamento de Ultros, um jogo que promete entregar um novo metroidvania contemplativo, mas com muito mais psicodelia.
Focando muito na exploração e nos seus visuais deslumbrantes, o game coloca o jogador em um mundo completamente novo, onde gradualmente, você vai descobrir mais e mais coisas ao longo da jogatina.
Será que o estúdio conseguiu entregar uma experiência tão boa quanto o amado Hollow Knight ou outros metroidvanias de sucesso? Fico feliz em dizer que SIM! Na verdade, Ultros é F%$DA!
A história de Ultros
Em Ultros, controlamos uma misteriosa viajante que está presa no Sarcófago, uma gigantesca nave espacial que está presa em um loop temporal. Com isso, todos os seus tripulantes estão presos pela eternidade em uma série de acontecimentos se repetindo constantemente. Contudo, a viajante e alguns aliados que ela encontra na jornada, buscam acabar com esse loop para finalmente se libertar.
Embora você já se situe na trama com apenas algumas horas de jogatina, um dos destaques do jogo, e o principal motivo de eu compará-lo a Hollow Knight, é o fato de sua história ser descoberta ao longo da gameplay. Dessa forma, o jogador, assim como a própria protagonista, descobre cada vez mais da nave psicodélica, do seu motivo de existir, e a jornada de todos os tripulantes, ao longo da jornada.
Esse fator se torna extremamente interessante se levarmos em consideração que, a cada loop, o jogador poderá explorar mais e mais do mapa. Além disso, é possível fazer caminhos completamente diferentes e descobrir ainda mais segredos ao longo do tempo, expandindo de uma forma excepcional toda a trama de Ultros.
Trilha Sonora e Arte incomparáveis
Para manter a jogatina interessante, além de uma jogabilidade chamativa, o game tira vantagem de dois pontos que eu considero excelentes, sua trilha sonora e arte. Ambos, trazem uma carga psicodélica e imersiva que são um prato cheio para os jogadores, que poderão ficar horas admirando cada visual dos cenários enquanto ouvem uma trilha que parece se encaixar perfeitamente com aquele local.
Vale destacar que a arte do game é feita por El Huervo, conhecido pelo seu trabalho em nada menos que Hotline Miami. Já a trilha fica nas mãos de Ratvader.
Discussões importantes e filosóficas
Outro ponto excelente da trama do game está nos seus temas. Durante a exploração, o jogador e a protagonista serão questionados sobre questões envolvendo saúde mental, a vida e a morte, culpa e outros assuntos importantes.
Sob a perspectiva da personagem principal ou dos seus aliados, esses temas são discutidos de uma forma direta e respeitosa, fazendo com que o jogador reflita como quiser. Assim, toda a trama do jogo se torna ainda mais profunda e contemplativa, o que para mim, é um fator maravilhoso.
O combate de Ultros
Assim como outros metroidvanias, o combate de Ultros foca na agilidade e estratégia. Dessa forma, o jogador deve aprender as mecânicas de combos, esquivas e quebra de escudos para se tornar uma verdadeira máquina de combate.
Junto disso, a diversidade de inimigos do game é bastante interessante, o que torna lembrar cada estilo de combate para essas criaturas outro fator positivo. Além disso, obviamente, durante a jogatina você pode fazer diversos upgrades nas habilidades da protagonista.
Estes upgrades podem ser feitos no Córtex, que também é o save point do jogo. Para desbloquear as habilidades, o jogador usa a comida coletada ao derrotar inimigos ou ao plantar árvores, encontrando sementes também na exploração.
As habilidades são desbloqueadas após o jogador consumir um determinado número de alimentos, que dão atributos que servem para liberar essas habilidades. Assim, a coleta de comida e a exploração em busca das mesmas e dos Córtex espalhados pelo mapa também se torna outro fator importante em cada run. Essa parte se torna importante especialmente por que, infelizmente, as habilidades desbloqueadas não são permanentes, pelo menos, não a princípio.
A mecânica de memórias
Confesso que, nas primeiras vezes que me deparei com o loop do jogo, ao reparar a minha árvore de habilidades vazia, fiquei decepcionado. Principalmente por que, como a exploração é deliciosa, me deparei com um alto estoque de comida e liberando diversos upgrades nas runs, e isso tirou um pouco meu senso de progressão.
Mas, a partir da segunda run, o game te apresenta os cérebros de memória. Com eles, você pode escolher alguns upgrades para manter após novos loops, o que dá ainda mais importância para a exploração a cada jogatina. Além disso, isso faz com que cada upgrade do jogador deva ser pensado com cuidado, pois algumas melhorias importantes podem ser perdidas caso não haja um cérebro no inventário.
Conclusão
Em suma, Ultros é uma experiência digna de se passar diversas horas não somente explorando o Sarcófago. Você também vai passar muito tempo admirando seus cenários, personagens e trilha sonora. O game é muito mais que uma aventura cósmica, é uma imersão sobre temáticas cruciais do ser humano.
*O Cromossomo Nerd agradece a Théo Games por disponibilizar uma cópia do jogo para análise.