Assasin’s Creed – Crítica

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Assassin’s Creed é uma adaptação live-action da franquia de jogos de vídeo-game de mesmo nome, que aborda uma história original que nunca foi introduzida nos jogos, focada no personagem Callum Lynch, sendo usado como cobaia para reviver o passado de seu ancestral espanhol, Aguilar de Nerha.

Apesar de ser uma história original, Assassin’s Creed possui um enredo extremamente similar ao que já vimos nos jogos, principalmente o de Assassin’s Creed 1, onde jogamos com o famoso assassino Altair. O filme nos apresenta quem é Callum Lynch (Michael Fassbender), e o que ele fez para ser preso e levado à Abstergo, as explicações são superficiais, porém suficientes para que o espectador entenda o enredo inicial. A Abstergo é um elemento muito presente no filme, é lá onde conhecemos a Dra. Sofia (Marion Cotillard), criadora do projeto Animus, e os Templários, que querem criar uma nova ordem mundial usando o artefato místico, A Maçã de Éden.

No filme, o Animus é realmente algo muito interessante, pois  faz com que o usuário não apenas veja todas as memórias de seu ancestral, mas que reviva seus passos, imite seus movimentos, habilidades e falas, uma sacada inteligente para anular a monotonia que seria se seguissem o modelo original dos jogos em que o usuário apenas fica em hibernação forçada (algo similar à Matrix).

Um dos pontos mais bacanas do filme são as cenas do passado, pois são acompanhadas de uma trilha sonora eletrizante, que deixa as cenas mais emocionantes e épicas. Mas porque o passado é tão interessante? Porque faz com que você se sinta no jogo! As acrobacias de parkour e as cenas de luta tornam tudo empolgante e dinâmico e conseguem ser coreografadas com maestria, sem dúvidas, os fãs verão cenas do jogo reproduzidas com perfeição em live-action durante esses momentos, as cenas de perseguição são extremamente bem-feitas e os enquadramentos e jogos de câmera não te deixam perdido com tanta ação, você consegue acompanhar cada movimento de cada Assassino.

O Salto de Fé, momento aguardado pelos fãs da franquia, acaba sendo decepcionante por sua execução falha, fazendo com que seja apenas uma mera referência e não um evento marcante como deveria ter sido.

Um dos pontos negativos do filme são as cenas no presente, não me leve a mal, elas são boas, mas o filme faz com que as cenas no passado sejam tão emocionantes, que as cenas no presente acabem sendo descartáveis, assim como ocorre nos jogos.  A trama paralela que se passa no presente é em alguns momentos confusa, pois não consegue ser consistente e explicativa o suficiente.

Como na maioria dos filmes em que participa, Michael Fassbender dá um show de atuação e executa seu trabalho com maestria, ele tenta conhecer ao máximo o universo dos filmes em que está atuando, e em Assassin’s Creed não é diferente. Todos os atores são bem estruturados e se encaixam bem nos papéis que estão interpretando.

A química entre Fassbender e Cotillard é boa e dinâmica, mas assim como nos jogos, os personagens secundários acabam sendo deixados de lado e sua atenção é total para o personagem principal.

No geral, Assassin’s Creed é um bom filme que adapta os jogos, mas tem muito o que melhorar caso uma sequência esteja nos planos da Fox, a trama é algo que já vimos nos jogos, as atuações são boas, a trilha sonora é incrível, mas a sensação de que algo estava faltando é inevitável, as referências são um deleite para os olhos dos fãs da franquia, mas o desfecho fraco e confuso acaba atrapalhando o que poderia ser talvez a melhor adaptação de um jogo de vídeo-game já feita nos cinemas.