15 anos separam o anúncio de Dwayne “The Rock” Johnson no papel do vilão Adão Negro até o tão esperado lançamento do filme. O ator conta que, por muitos anos, trabalhou para desenvolver o longa da forma que ele achasse satisfatório para ele e também para o público.
O trabalho aqui era justamente tornar o personagem mais conhecido e conceder a ele um status carismático, que criasse um laço com o público, a fim de que ele se tornasse mais popular. Sabemos que The Rock tem carisma o bastante e uma boa base de seguidores para concretizar essa visão, mas e o resto?
Adão Negro acompanha a ascensão do campeão de Kahndaq, um herói entre os oprimidos que recebeu dons de poderosos magos para libertar o seu povo da escravidão. Após os eventos iniciais do longa, em que ficou desaparecido por 5 mil anos, Teth-Adam ressurge no mundo moderno vira alvo da Sociedade da Justiça, que sabe mais sobre o verdadeiro histórico do “herói” e a verdadeira natureza dele.
Apesar de se escorar em algumas tentativas de críticas sobre conflitos internacionais e a omissão de algumas nações sobre os problemas de outras, assim como a opressão às minorias, Adão Negro traz uma tentativa muito boba de emplacar um herói nacionalista que está em conflito sobre dever defender ou não o seu povo.
Em meio aos fracos conflitos morais do filme, a batalha entre o protagonista e o Gavião Negro sobre como lidar com os inimigos soa muito superficial e apenas uma desculpa para a rixa entre os personagens, já que essa é uma das temáticas mais populares em obras do gênero nos últimos anos e já foi abordada de forma melhor.
Com uma história bem bobinha e confusa, cheia de retornos e entornos, Adão Negro é mais um filme de herói com a desculpa para porradaria generalizada e muito CGI. Por falar nisso, é exatamente aí onde o filme brilha e traz o seu lado mais interessante.
As batalhas são incessantes, épicas, criativas e muito bonitas de se ver. Os efeitos visuais foram muito bem trabalhados visto que também houve o grande tempo de pós-produção e o capricho é notável.
O carisma de The Rock é complementado pelos membros da Sociedade da Justiça, principalmente Aldis Hodge como Carter Hall, que rivaliza ali em protagonismo com o próprio The Rock e Pierce Brosnan na pele do Senhor Destino. Brosnan se destaca como o brilho do filme e consegue roubar a cena até mesmo nas ações mais simples.
No conjunto da obra, Adão Negro pode ser considerado sim uma prova de que a DC nos cinemas quer seguir por um novo caminho mais organizado e se livrando dos problemas do passado, inclusive não citando nenhum acontecimento prévio do DCEU em momento algum. Apesar dessa intenção, o filme em si é uma sucessão de momentos massaveio, frases bregas de efeito, visuais estonteantes e no mais um bom experimento para catapultar o DCEU em uma possível nova direção épica.