[CRÍTICA] Apresentando Nate | O novo High School Musical da Disney

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A Disney já é conhecida por produzir filmes direcionados para o público jovem, principalmente os que estão entrando na fase da puberdade e passando pelos problemas da adolescência.

Um dos mais conhecidos desse tipo é a trilogia High School Musical, que apresentou ao mundo nomes como Vanessa Hudgens Zac Efron, além de atualmente ter recebido um derivado para a Disney+, que já está chegando em sua terceira temporada.

Por falar nessa nova série do “High Schoolverso”, a produção mostra inclusive um amadurecimento da própria Disney em relação ao cotidiano real dos adolescentes de hoje em dia.

Seguindo essa linha de raciocínio, chegamos a Apresentando Nate, longa baseado na obra de Tim Federle, que também é diretor e roteirista do longa. A trama acompanha Nate Foster, um jovem que sonha em se tornar uma estrela da Broadway e tem a oportunidade de buscar seu primeiro grande papel. O problema é que, para isso, ele precisa fugir de casa para Nova York.

 

Com essa premissa, temos o que, para mim, é não somente um sucessor espiritual para High School Musical, como também uma prova de que, embora à passos de tartaruga, a Disney busca se atualizar nos seus temas e personagens, começando pelo próprio Nate, vivido por Rueby Wood, que é um jovem buscando novos horizontes enquanto amadurece em assuntos que ainda são um tabu em muitos locais da sociedade.

Federle, que também participou da série derivada de High School Musical, escreveu essa série de livros do jovem Nate Foster para mostrar um pouco da jornada de crianças artistas, focando mais nos bastidores da vida profissional e pessoal dos jovens. No caso de Nate, temos um rapaz do interior que se sente totalmente deslocado até mesmo dentro da própria casa, pois sempre amou cinema e musicais enquanto seu irmão mais velho e seus pais nunca o compreenderam.

Esse tipo de retratação, embora não muito original no cinema ou na TV, ainda traz cenas interessantes envolvendo o protagonista e sua família, especialmente quando o longa deseja passar a mensagem de aceitação e apoio, algo que muitos que buscam esse sonho acabam não recebendo, fazendo com que eles sejam considerados as “ovelhas negras”. Para deixar esse paralelo ainda mais claro, Lisa Kudrow, a eterna Phoebe de Friends, acaba sendo a “desgarrada do rebanho”.

No quesito músicas, o filme conta com excelentes canções com mensagens que retratam bem a jornada dos personagens ao longo de sua 1 hora e 40 minutos. Junto de Nate, somos apresentados a Libby (Aria Brooks), sua melhor e única amiga de colégio, que também é a única que apoia os sonhos do jovem. A química da dupla é a cereja do bolo, tornando a trama leve e bem interessante ao longo da jornada.

Os demais do elenco são operantes, mas nada que seja algum destaque, e isso talvez seja culpa do roteiro, visto que a obra original é um livro para crianças e tem cerca de 200 páginas, fazendo com que a adaptação para um longa metragem seja um desafio e tanto. Por isso, vale o destaque para a direção, uma escolha acertada em deixar o projeto nas mãos do idealizador da obra original. O diretor consegue extrair não só a mensagem principal de sua obra, como também o carisma do seu protagonista, que é o grande destaque aqui.

Apresentando Nate é o início de uma nova leva de filmes musicais da Disney para o público mais jovem. É um bom início, eu diria, embora ainda esteja preso em algumas questões um pouco problemáticas, como o fato da sexualidade do protagonista ser abordada apenas de forma subjetiva. Seria ótimo se a Disney se desprendesse das amarras conservadoras para abordar esses temas da forma correta.

Apesar dos pesares, o filme consegue sim ser divertido, fazendo a alegria do seu principal público, crianças e pré-adolescentes que estão se descobrindo.

Apresentando Nate chega à Disney Plus em 1º de abril.