[CRÍTICA] Army of Thieves | Tira o Snyder que é sucesso!

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Expandindo o novo universo cinematográfico encabeçado por Zack SnyderArmy of Thieves, prelúdio de Army of The Dead, tem uma proposta que deixaria muitos com o pé atrás. Afinal, um filme sobre assaltos em um mundo com zumbis, mas sem zumbis?

Isso é um tanto confuso e estranho. Porém, aqui estamos, vendo a origem de Ludwig Dieter, personagem do longa dirigido por Snyder, vivido por Matthias Schweighöfer, que além de estrelar o novo filme, também assume a cadeira de diretor.

Como já disse antes, aqui vemos um pouco mais do passado do personagem, antes dele se tornar de fato um arrombador de cofres. Sebastian, como era conhecido até então, vive uma vida rotineira no interior da Alemanha, até que uma proposta o leva para um esquema inimaginável.

Com Zack Snyder atuando apenas como produtor e criador da história, o novo filme além de ser melhor que o original, conseguiu dar o carisma e humor que Dieter devia ter em Army of the Dead.

Tira o Zeca que é sucesso!

Com a direção de Matthias e o roteiro de Shay Hatten, o prelúdio já me ganhou por possuir um charme diferente em relação ao que foi mostrado em Army of The Dead, onde o longa era vendido como algo despretensioso e com ação desenfreada, e o que tivemos foi mais uma tentativa de filme sério com excesso de slow-motion.

Já aqui, desde seu primeiro trailer, sabíamos que teríamos mais um filme de assalto, só que dessa vez, em uma perspectiva bem interessante: “E se roubássemos vários bancos enquanto o mundo está focado nos zumbis?”. 

A princípio, isso pode acabar decepcionando o espectador, mas o longa te compensa com uma trama deveras interessante e um background digno de filmes como A Lenda do Tesouro Perdido, onde o personagem Sebastian/Dieter ganha muito mais profundidade, o tornando mais identificável e, ouso dizer, que faz com que gostemos mais dele no filme anterior (que na verdade é uma sequência).

Além do arrombador de cofres, o grupo da vez, diferente do seu anterior, de fato possui características distintas para cada um, uma hacker, um motorista de fuga, o brucutu e a líder, onde cada um possui um momento específico de destaque.

Obviamente, a líder do grupo, vivida por Nathalie Emmanuel, ganha um pouco mais de tempo de tela, mas o roteiro faz o que pode para que os outros membros tenham atributos e momentos interessantes. Às vezes consegue, às vezes não. Ao meu ver, essa já é uma evolução e tanto, considerando que anteriormente nem isso tivemos.

Com isso, aos pouquinhos nós conseguimos nos importar um pouco mais quando estes personagens passam por situações de perigo, algo que acontece constantemente, visto que são não um, mas três assaltos diferentes em toda a trama, além da perseguição quase doentia de um policial francês, que consegue ser um interessante o suficiente e até um pouco cômico.

Outro ponto positivo do roteiro e da direção está nas cenas de assalto, com cada personagem utilizando suas habilidades de forma extremamente interessante, especialmente Dieter, que ganha muito mais espaço para aprofundar sua paixão por cofres, especialmente estes citados no longa, que acabam também se tornando personagens durante a narrativa, complementados pelas excelentes cenas de arrombamento utilizadas por Matthias para criar ainda mais tensão, algo que é amplamente melhor em relação à iteração anterior do personagem.

Além disso, o longa conta com muito mais humor em relação ao seu antecessor, que não chega a ser mirabolante, mas com certeza é superior ao que foi mostrado no original, tornando Dieter um personagem definitivamente interessante.

Aqui de fato vemos o potencial de franquia

Desde a ascensão do MCU, a Netflix vem tentando criar a sua própria franquia de sucesso, e a adição de Zack Snyder na mistura foi algo que acabou trazendo muitos fãs do trabalho do diretor na DC para este universo.

Claro que, com isso, Army of The Dead se tornou um sucesso na plataforma, e agora, já tem sua sequência confirmada e, além deste prelúdio, uma série animada já está sendo produzida.

Apesar disso, no filme original, parecia meio desnecessário expandir aquele universo, especialmente por ele ser construído através de um roteiro extremamente confuso e bagunçado. Mas agora, pelo menos em relação a este filme, eu gostaria de ver futuros projetos com estes personagens, especialmente quando seu final deixa todo o cenário pronto para uma possível continuação, mesmo que ele se passe antes do longa original.

Sim, todos sabemos o destino de Dieter no filme de Las Vegas, mas convenhamos, Zack Snyder já inventou desculpas piores para inserir um personagem em uma situação aleatória (Lois Lane que o diga), então não seria estranho vermos o arrombador de cofres alemão novamente. Vivo, de preferência. Talvez vejamos isso em Planet of The Deadtítulo do segundo filme dirigido por Snyder, ou quem sabe uma sequência direta de Army of Thieves possa acontecer, só o tempo dirá.

Army of Thieves definitivamente é superior ao longa original. Claro, isso não significa que o mesmo não possui alguns problemas bem semelhantes ao anterior, como conveniências de roteiro que beiram o ridículo, ou textos filosóficos que não acrescentam em nada à trama (Sim, tem mais uma fala igual aquela do loop temporal do outro filme). Contudo, ao menos nesse caso, a história e seus personagens são interessantes o suficiente para que as duas horas de duração passem sem parecer uma tortura.