[CRÍTICA] Barbie | Prometeu e entregou tudo!

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Quem iria imaginar que a Barbie, uma boneca criada em 1959, por Ruth Handler, poderia ganhar um filme que não contasse sua origem, mas sim mostrando a personagem conhecendo os desafios do mundo real (e imperfeito) com toques de acidez e comentários pontuais para o mundo atual? Pois bem, é isso o que temos aqui.

De acordo com a sinopse do filme, ‘Viver na Terra da Barbie é ser um ser perfeito em um lugar perfeito. A menos que você tenha uma crise existencial completa. Ou que você seja um Ken.’

Joga tinta rosa!

De início, é bom pontuar que Barbie é um filme sobre existencialismo, tratando além das roupas rosas ou itens plastificados, onde uma boneca quer ir muito além do que o propósito pelo qual ela foi criada. Dito isso, o filme joga gasolina e ateia fogo ao mesmo tempo para incendiar o público, fazendo com que o mesmo queira acompanhar mais do que está sendo desenvolvido em tela.

Trazendo easter eggs, reflexões e referências à cultura machista de Hollywood, além de outros temas, o longa faz jus as dezenas de boas, e minuciosas escolhas, desde a cadeira principal, ocupada por Greta Gerwin (Lady Bird), até o elenco.

O caminho (denso) da Barbie

Desde seu anúncio, muito se questionava qual seria o curso que a história do filme abraçaria, tendo em vista que, por décadas, a personagem era vista como um simples brinquedo.

Quando foi anunciado seu elenco, o longa surpreendeu a todos novamente por conta da coleção de astros. Sem dúvidas, essa foi a joga mais importante, e genial, que o estúdio optou por ter, já que trouxe rostos carismáticos e com talentos para o humor e drama (vide ambos protagonistas).

Uma Barbie na direção

Aos embalos de ‘Show de Thruman’, o longa dirigido por Gerwig abraça um estilo leve com humor ácido, sem se esquecer de trazer pautas sociais importantes, como direitos iguais e a exaltação do poder feminino, fato que é abordado constantemente em um diálogo certeiro.

Responsável anteriormente por ‘Adoráveis Mulheres’ e ‘Lady Bird’, indicado ao Oscar, Gerwig assina o roteiro ao lado de Noah Baumbach, do também indicado, ‘História de um Casamento’. Vendo apenas esses pequenos detalhes, já é possível compreender que a produção do filme realmente buscava entregar algo primoroso. E bom, entregou.

De forma orgânica, a diretora consegue apresentar aqui um filme que atinge diversas camadas diferentes por meio de suas críticas, que fazem arrancar risos, porém refletir sobre o cenário atual. Sem dúvidas, é fácil apontar que o longa é um Magnum Opus da cineasta.

Os pintores da obra

Protagonizado por Margot Robbie e Ryan Gosling, é difícil dizer se existiria uma dupla melhor para o longa. O motivo se dá pelo fato que os atores já flutuaram em diversos assuntos que o longa aborda ao longo de sua narrativa, seja um fator mais cômico ou algo sério.

Apresentando uma ingenuidade e inocência em seus respetivos papéis, a dupla consegue trazer à tona diversas polêmicas da cultura norte-americana, e também mundial, fazendo isso com bom humor.

Não somente eles, mas como todo o elenco faz com que essa experiência rosa e cheia de brilho, que dura apenas 1 hora e 54 minutos, seja algo leve e divertido de se acompanhar, onde o espectador sequer sente o tempo passar e não questiona desperdícios de cena, algo que sequer houve. Afinal, a direção fez questão de se certificar que o longa seja energético do início ao fim.

Barbie é uma ótima peça de entretenimento, que traz o Girl Power, fura uma bolha de diversos temas que podem ser considerados tabus. Aventuresco e divertido de sua abertura até a última fala.