[CRÍTICA] Cidade Perdida | Engraçado, despretensioso e um bom passatempo

Por mais que seu antagonista seja genérico, a comédia protagonizada por Bullock e Tatum consegue encantar e agradar.

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Após anos de pandemia, finalmente os cinemas retornam ao normal. A Paramount, por si, traz um novo filme aos holofotes que não seja voltado à temática de heróis ou personagens conhecidos de outras mídias.

Cidade Perdida, protagonizado por Sandra Bullock e Channing Tatum, lança a proposta de ser uma comédia com fundo de romance, algo que entrega com tranquilidade ao longo de suas quase duas horas.

A brilhante e reclusa autora Loretta Sage (Bullock) escreve romances populares de aventura, cujas capas são estreladas pelo belo modelo Alan (Tatum). Durante a turnê de promoção de seu novo livro, Loretta é raptada e Alan se incumbe na missão de resgatá-la.

Trazendo como base a essência de um longa dos anos oitenta, intitulado: “Tudo por uma Esmeralda“, Cidade Perdida traz a alegoria da escritora de romances de época aos tempos atuais.

No longa, o premiado ator Brad Pitt traz uma reinterpretação do personagem vivido por Michael Douglas no clássico, mas já deixando claro que ele irá seguir uma narrativa diferente.

Daniel Radcliffe aqui se prova, mais uma vez, que não é somente de Harry Potter que sua carreira se resume. Abraçando o papel de vilão, o ator entrega uma figura passiva-agressiva, que chega a ser interessante em seus instantes iniciais. O que declina o papel é o fato de que as ambições do personagem acabam sendo rasas e fúteis. “É assim porque eu quero”.

Devido à falta de profundidade, algumas vezes o espectador pode até acabar esquecendo do vilão e o filme se transforma apenas em uma caça ao tesouro, mas com um antagonista rebaixado ao papel terciário. Sendo assim, o público pode acabar preferindo saber mais sobre a história que envolve o mistério do que a tensão que deveria ser provocada pelo personagem de Radcliffe. Desafetos do roteiro.

Trazendo referências sutis, ou até mesmo o roteiro empurrando para que a narrativa aconteça, o filme se solidifica por sua diversão despretensiosa, típica abordagem que assistiríamos numa tarde sem problemas. Desde seu início, a narrativa utiliza-se da história da escritora para trilhar seu caminho, mas fincando os pés nos tempos atuais.

Bullock e Tatum já protagonizaram algumas comédias românticas ao longo de suas carreiras, sendo assim, ambos acabam sincronizando com facilidade seus papéis e as características de seus personagens. E por mais que o início do longa seja um tanto quando denso, ele traz explicações necessárias que vão arrancar sorrisos do público em seu desenvolvimento. A trama em si escala juntamente à relação de ambos protagonistas, que outrora, se odiavam.

Méritos da roteirista Dana Fox, que recentemente trabalhou na mesma função em Cruella, assim como na comédia romântica Jogo de Amor em Las Vegas.

Já na parte cômica, a todo tempo ambos protagonistas trazem sacadas e alívios cômicos ao filme, fazendo com que o público não se canse e queira realmente ver mais da química sendo construída em tela, levando ao fim daquela jornada.

Recentemente, Sandra Bullock disse em entrevista que daria uma pausa na carreira, justamente para passar um tempo com seus filhos. Dito isso, se esse é o último filme antes de descansar, está pausando de forma saudável.

Mesmo que os instantes iniciais sejam estranhos, Cidade Perdida vai se transformando em algo agradável.