[CRÍTICA] Deadpool 2 – Um pedido de desculpas para os fãs dos X-Men

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Finalmente está chegando aos cinemas a segunda aventura do Deadpool, e como muitos imaginavam, ela não deve nada para o primeiro filme do Mercenário Tagarela, pelo contrário, as coisas foram elevadas a um novo patamar.

O primeiro filme do Deadpool foi um marco na história dos filmes de super-heróis, revolucionando o gênero e fazendo com que estereótipos e barreiras fossem quebradas, e é óbvio que isso só ficaria mais forte ainda na sequência.

Muitos se preocuparam quando Tim Miller, diretor do primeiro filme, abandonou a sequência alegando diferenças criativas com o estúdio, mas podemos garantir que as competentes mãos de David Leitch, diretor substituto, não decepcionaram e deram conta do recado.

Expert em dirigir cenas de ação, Leitch soube controlar muito bem a complexidade de tons apresentados pela trama, e nos entregar sequências de ação de tirar o fôlego, fazendo mais uma vez com que o Deadpool dos quadrinhos ganhasse vida.

Talvez não seja mais possível diferenciar o personagem de seu intérprete, Ryan Reynolds, já que o ator literalmente se transformou no Deadpool em carne e osso. O jeito sarcástico e o humor negro de Reynolds estão de volta mais uma vez, dispensando grandes comentários sobre o quanto o ator é perfeito para este papel.

Não é só Reynolds que brilha na tela, Morena Baccarin interpreta mais uma vez Vanessa, e consegue entregar mais profundidade para a personagem, sendo cativante e muito significativa para a trama. Além de Baccarin, retornam ainda T. J. Miller como Fuinha, Leslie Uggams como Al Cega, Karan Soni como Dopinder, Stefan Kapicic como a voz de Colossus e Brianna Holdebrand como Míssil Adolescente, todos igualmente cativantes e bem encaixados na trama.

O grande destaque fica por conta de Cable (Josh Brolin) e Dominó (Zazie Beetz). Enquanto Brolin vive uma espécie de “Exterminador do Futuro“, que vem ao passado para eliminar o garoto Russel (Julian Dennison), Beetz interpreta a estonteante e sortuda Dominó, uma das integrantes da desajustada equipe formada por Deadpool, a X-Force.

Não é preciso ressaltar que Brolin é um excelente ator, ele sabe como ser imponente e entregar personagens marcantes e cativantes. O Cable de Brolin possui inúmeras similaridades com sua contraparte dos quadrinhos, e isso só nos dá mais vontade de vê-lo em novos filmes. Embora Beetz tenha entregado uma excelente Dominó, a sensação que fica é a de que a personagem poderia ter sido melhor trabalhada.

É compreensível que esse foi um filme apenas para apresentar a personagem, mas a maneira com que isso foi feito talvez não a tenha favorecido tanto.

Mesmo que Deadpool se passe, de certa forma, em uma linha paralela aos filmes dos X-Men, a ligação entre as franquias fica mais clara, mas talvez, os Mutantes de Xavier não estejam adequados ao nível de qualidade e fidelidade apresentados pelo filme do mercenário, para que as franquias se unam de vez.

Independente desse ser ou não um filme dos X-Men, ele “toca em feridas” que os filmes dos mutantes nunca foram capazes de tocar, e mergulha muito mais nesse rico universo, algo que, por anos, tentaram se afastar nos filmes da equipe.

Não espere uma trama mirabolante e cheia de inovações, como o próprio protagonista diz, “o roteiro é preguiçoso”, mas isso é uma coisa boa, pois funciona muito bem para a franquia.

Sem medo de satirizar com Marvel, DC ou com o que quer que seja, Deadpool 2 mostra que a franquia veio para ficar e que eles sabem o que estão fazendo.

O maior problema da sequência talvez sejam os efeitos especiais e a montagem de algumas cenas, que poderiam ter sido melhores executadas, mas não é nada que faça com que o filme seja extremamente prejudicado ou que perca seu valor.

A trilha sonora mais uma vez é um grande destaque. Mesclando clássicos dos anos 80 com Hip Hop e Dubstep, o longa consegue proporcionar uma agradável viagem sonora.

Com uma produção coesa e bem amarrada, Deadpool 2 não tem medo de mostrar quem realmente é, sendo coroado de vez como a franquia definitiva de super-heróis para maiores de dezoito anos. Recheado de referências aos mutantes e à cultura Pop em geral, o longa é marcado por momentos bem-dosados de humor, ação e drama.

NOTA: 4,3/5

Deadpool 2 estreia em 17 de maio.