[CRÍTICA] Era Uma Vez Em… Hollywood | Uma homenagem ao cinema e suas estrelas

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Era Uma Vez Em… Hollywood é o nono filme do diretor Quentin Tarantino, onde ele revisita Los Angeles no fim da década de 60. Dessa vez, o cineasta resolveu trazer diversas figuras reais para fazer parte da trama do longa – e se inspirar em um dos eventos mais marcantes daquela época, que ficou conhecido como “Caso Tate-LaBianca“, assassinato da atriz Sharon Tate cometido pela Família Manson.

No novo filme de Tarantino, acompanhamos a vida de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), ator que fez diversos papéis de faroeste no cinema e televisão, mas que atualmente, é apenas chamado para fazer papéis de vilão e ser apanhado por mocinhos. Temos também Cliff Booth (Brad Pitt), dublê e melhor amigo Dalton, que possui um cachorro bem carismático.

Apesar do longa contar com um elenco recheado de estrelas, a maior parte da trama se concentra em Rick e Cliff.

Brad Pitt traz uma excelente atuação e possui uma cena de luta com Bruce Lee (Mike Moh) que vai te tirar diversas gargalhadas. Nos momento de tensão, o ator entrega uma atuação fenomenal. Definitivamente, é o melhor personagem do filme.

Já DiCaprio, também entrega uma atuação excelente, trazendo um personagem que possui alguns trejeitos. Em dado momento, quando Rick precisa se provar que é mais do que um simples vilão que apanha dos mocinhos, DiCaprio brilha e nos entrega uma atuação explosiva ao lado da atriz mirim Julia Butters.

Além deles, temos também a jovem atriz Sharon Tate, interpretada pela belíssima Margot Robbie. Sharon e seu marido cineasta Roman Polanski (Rafal Zawierucha) são vizinhos de Rick. A personagem de Margot pouco aparece no filme, porém a atriz consegue passar bem a ideia de uma pessoa inocente e deslumbrada com a vida de Hollywood ao aparecer em cena.

Com esses três personagens, Tarantino resolve fazer uma homenagem aos atores de Hollywood: Atores que já foram grandes estrelas um dia, mas que ao verem sua carreira em declínio, buscam ressurgir (Rick), os que simplesmente atuam nos bastidores (Cliff) e os atores que estão começando a ganhar fama e sonham em ser grandes astros de Hollywood (Sharon).

Um dos problemas do longa é a falta de ritmo. Com quase três horas de duração, acaba sendo bem cansativo. A produção possui diversas cenas que poderiam facilmente serem ficar de fora, mas parece que Tarantino ficou com dó de deixá-las de fora e preferiu passar praticamente duas horas desenvolvendo uma introdução para Rick e Cliff, onde eles ficam a maior parte do tempo em suas casas, carro e set de filmagens. Além disso, o diretor perde uma grande oportunidade de mostrar mais sobre os bastidores de Hollywood, desenvolver um pouco mais sobre a Família Manson e mostrar o personagem Cliff em ação como dublê.

Por outro lado, o filme contém as características principais do cineasta, tais como os enquadramentos precisos, a explosão nas atuações dos atores, a direção de arte e a fotografia maravilhosa. O tom do amarelo é predominante, principalmente nas cenas da Sharon Tate, mostrando que ela é uma personagem gentil e feliz com a vida através das cores. E claro, o diretor recompensa o público que esperou por mais de duas horas assistindo o filme, com uma cena recheada de violência (mas não espere algo nos filmes anteriores). A cena é muita bem dirigida, possui um proposito e é hilária ao mesmo tempo.

Mais uma vez, Tarantino se permite reescrever a história e apresenta uma grande homenagem para a atriz Sharon Tate, respeitando o seu legado, porém a sensação deixada é que ele poderia ter concentrado seus esforços narrativos em outros pontos, fazendo com que o filme ficasse mais encorpado.