[CRÍTICA] Godzilla vs Kong | Esse merecia ser visto no cinema

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Mesmo com os inúmeros atrasos no Brasil por conta da pandemia de coronavírus, Godzilla vs Kong já estreou em diversos cinemas ao redor do mundo e inclusive na plataforma de streaming HBO Max.

O filme que prometia um embate estrondoso entre duas das maiores criaturas do cinema realmente traz isso, mas também se mostra como uma redenção desse Monstroverso criado pela Warner.

O longa começa alguns anos depois dos eventos de Godzilla: Rei dos Monstros, o terceiro filme da franquia que mostrou o lagartão derrotando o Rei Ghidorah e se tornando o monstro alfa.

O melhor de tudo é que dessa vez, o roteiro não perde tempo tentando elevar os personagens humanos ao patamar dos monstrengos. Na verdade, todos os personagens humanos são completamente descartáveis e até mesmo repetem decisões burras vistas em capítulos anteriores da franquia.

Se devemos destacar algum ator, o mérito vai para a jovem Kaylee Hottle, que realmente consegue passar emoções e ser convincente em tela, mesmo servindo apenas como um elo entre Kong e os humanos. No mais, Millie Bobby Brown tem um papel tão irrisório que qualquer uma poderia estar em seu lugar que não faria diferença.

O diretor Adam Wingard mostra que realmente entendeu os pedidos dos fãs e focou-se no que realmente importa: os monstros.

Por mais que o roteiro explique o motivo do Godzilla estar atacando os humanos e o porque de chamarem Kong para ajudar, o visual é a melhor explicação e não são necessários muitos diálogos cansativos para que a ação comece. No fim das contas, a simplicidade e até um certo repeteco são a melhor pedida pra esse filme e funcionam perfeitamente bem.

O maior mérito e trunfo desse filme são os cenários e efeitos especiais. Tudo está absolutamente incrível e o diretor de fotografia Ben Seresin fez um trabalho simplesmente impecável. Há muito tempo não tínhamos um filme com efeitos especiais tão deslumbrantes e realistas como o visto nesse filme.

A trilha sonora embala todas as cenas de ação e deixa tudo ainda mais emocionante, criando uma atmosfera que nos leva à loucura.

Por mais que não sejam deixados ganchos para uma sequência, o longa finaliza muito bem a história de Godzilla e Kong e mostra como eles são necessários. Mais uma vez, a humanidade faz cagadas e cabe aos monstros corrigi-las.

É uma pena que a gente esteja em um momento tão delicado para aproveitar esse filme em uma tela IMAX como fazíamos antigamente, pois ele realmente merecia o investimento no ingresso.