Halloween (2018), é o mais novo título dessa franquia clássica do terror slasher que conta com mais de nove filmes. O novo longa ignora todas as outras continuações e é situado 40 anos depois do original.
Após 4 décadas trancafiado, Michael Myers escapa da prisão e agora está mais perigoso do que nunca; Mas dessa vez, nossa querida Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) está preparada.
Com a promessa de trazer novos ares para uma franquia que respirava por aparelhos, Halloween é um filme recheado de sangue, mortes violentas e muitos adolescentes – tudo que a gente já gostava no original de 78.
Além de recriar a mesma ambientação do filme original, a obra trabalha sua atmosfera de terror muito bem. Sem depender de jumpscares, todo o medo do filme é baseado no pânico que sentimos pelo assassino.
Claro, o nosso afeto pelos personagens ajuda na criação dessa atmosfera. Laurie Strode é uma mulher velha, paranoica e que sabe como a vida pode ser cruel; Já sua filha, Karen (Judy Greer), e sua neta Allyson (Andi Matichak) não têm essa visão do mundo, criando um contraste bem legal entre as personagens. O filme ainda flerta em explicar sobre como situações extremas criam diversos traumas, mas não se aprofunda.
Os atores estão bem confortáveis em seus papéis e ninguém fez um mal trabalho – Jamie Lee Curtis é a que mais se destaca.
O diretor David Gordon Green (Profissionais da Crise, 2015) faz um ótimo trabalho nas cenas de ação e violência, causando tensão no espectador – o jeito que ele trabalha o físico do Michael e as nuances da câmera enquanto ele anda, criam um cenário de desespero. As cenas de perseguição também são fenomenais.
Infelizmente, o filme não é um mar de rosas. Existem subtramas inúteis que não fazem o menor sentido, e acabam sendo descartadas depois – deixando tudo ainda mais frustrante. O começo é lento e não agrega em nada; Só nos mostra onde Michael esteve nos últimos 40 anos. Indo para a metade, as coisas melhoram e nós finalmente começamos a assistir o que nos foi prometido.
Claro, essa parte da obra também tem sua subtrama inútil, o que atrapalha bastante.
Isso não vai arruinar sua experiência, já que ato final é espetacular em todos os sentidos do gênero; Além de inovar, acabando com o esteriótipo das meninas que precisam ser salvas do assassino.
O roteiro não se leva muito a sério e faz piadas por ser muito parecido com o original. “Oh, you’re the new Loomis”.
Estamos falando isso sem julgar os clichês do gênero – a burrice de certos personagens, o drama adolescente e a negligência de alguns. Não espere por algo tão inovador, ele nos prometeu um slash dos anos 80 e foi isso que nos entregaram.
Ah, e a trilha sonora está melhor do que nunca.
Halloween (2018) traz conceitos novos, mas não se envergonha de repetir a velha receita. Se você gosta de uma boa perseguição, muito sangue e terror, esse filme é uma ótima pedida para o seu fim de semana.
Halloween chega aos cinemas brasileiros em 25 de outubro de 2018.