[CRÍTICA] Lightyear | Um pouco desnecessário, mas até que diverte

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A Pixar, com seu Toy Story, revolucionou o mundo das animações em todos os aspectos. Apresentando a história de um garoto que coleciona brinquedos que ganham vida, as animações criadas em computação gráfica viraram um fenômeno mundial, que perdura até hoje.

Dado o sucesso da franquia, é claro que o estúdio tenta perpetuar a marca, mas isso acaba resultando em novas histórias sem que ela necessariamente abusar do núcleo principal dos brinquedos. É desse princípio que nasce Lightyear, que nos aprofunda não só na história do personagem titular como também em sua ligação com a saga principal.

Como mostrado em Toy Story, Andy ganha um boneco do patrulheiro espacial Buzz, que instantaneamente se torna seu brinquedo favorito por ser justamente o protagonista de um filme que o garoto assistiu e se apaixonou. E que filme é esse? Exatamente, Lightyear!

Basicamente, precisamos acreditar que a nova animação é a mesma que Andy assistiu quando criança e que fez com que ele se apaixonasse pelo Buzz. Temos aqui um ciclo de imersão e metalinguagem, certo? Talvez. Mas qual a necessidade? Ainda não sabemos.

Em Lightyear, Buzz é um patrulheiro espacial que faz uma manobra errada e acaba deixando um gigantesco número de patrulheiros presos em um planeta hostil. A fim de consertar seu erro, ele se dispõe a fazer uma série de voos experimentais que acabam custando anos e anos de sua vida e das pessoas que prendeu naquele planeta.

A história é bem básica e até interessante. Buzz é um cara legal que, por conta de sua prepotência, acaba criando problemas que podem ser difíceis de reverter, mostrando o arquétipo do herói arrependido, mas idealista, que não desiste, assume seus erros e pretende compensar por isso.

E é bacana ver essa jornada do herói, mas é uma pena que, às vezes, pareça muito robótica, por assim dizer. O filme em si é basicamente a Pixar fazendo nada abaixo de seu potencial, mas também nada muito acima, trazendo apenas mais do mesmo e “jogando no seguro”.

Mas não entenda errado. Lightyear é sim um filme bem divertido, com um personagem principal interessante (e inclusive até que bem dublado por Marcos Mion) e vários outros coadjuvantes inseridos, tais como o gatinho robô Sox, que carrega o humor do filme nas costas, além de ambas as Hawthorne – com destaque para Alisha – que apresentam uma representatividade LGBTQIA+ que é tão necessária atualmente e que vai deixar muitos conservadores desesperados.

Mesmo com os pontos positivos, ainda nos perguntamos sobre os bonecos de outros personagens do filme Lightyear que simplesmente não apareceram nos demais filmes de Toy Story, já que o longa quer nos fazer acreditar que ele foi um sucesso e sempre esteve presente nesse universo, deixando essa construção um pouco “enfraquecida”.

Mesmo com uma trilha sonora pouco inspirada e uma história básica levada pelo piloto automático que Buzz tanto detesta, Lightyear é um filme que vale a pena conferir. A sensação final é de que o único motivo para a existência desse filme é a de que a Disney ainda não está pronta para “largar o osso de Toy Story”.