[CRÍTICA] Máquinas Mortais – O “Mad Max” que deu errado

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Adaptando os livros escritos por Phillip Reeve, Máquinas Mortais chegou aos cinemas brasileiros esta semana. Desde que a produção foi anunciada, muitos tinham esperanças de que essa poderia ser a próxima grande franquia dos cinemas, já que um dos nomes envolvidos no longa era nada menos do que Peter Jackson, responsável pelos filmes de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, mas ao que parece, nem mesmo as competentes mãos de Jackson foram o suficiente para que o filme fosse bem-sucedido.

Situada em um futuro distópico, a trama narra a história de um mundo onde uma grande guerra obrigou os países a se transformarem em colônias móveis, daí o nome Máquinas Mortais. Assim como acontece atualmente, os países mais ricos se tornaram colônias mais fortes e poderosas, que acabam destruindo e consumindo as colônias mais fracas.

Essa trama por si só é bem interessante, contudo, em meio à essa guerra por sobrevivência, existe Hester Shaw, uma garota que busca vingança (Hera Hilmarsdóttir) contra Thadeus Valentine (Hugo Weaving) e é aí que a coisa desanda.

Valentine é um dos líderes da Bretanha, a antiga Inglaterra, uma máquina gigantesca que luta pela sobrevivência de seus moradores. Hester busca vingar a morte de sua mãe, que foi assassinada anos antes por Thadeus, mas o motivo é desconhecido por ela.

Em meio à esse jogo de vingança, a trama das “máquinas mortais” acaba ficando de lado e somos jogados em uma trama clichê, coroada por atuações ruins e eventos desconexos, que nos tiram completamente daquele mundo fantástico criado por efeitos especiais de cair o queixo.

Aliás, o filme merece palmas somente pelo visual, já que esse é seu ponto mais forte. Todo o resto falha miseravelmente e acaba sendo uma verdadeira tortura para o espectador. O diretor Christian Rivers não consegue extrair o melhor dos atores com quem trabalha, nem mesmo do excepcional Hugo Weaving, que acaba entregando um vilão pasteurizado e genérico, que poderia ser interpretado por qualquer outro ator com menos talento.

No fim das contas, o filme acaba se perdendo em sua própria premissa, já que as colônias móveis sequer são necessárias e se tornam mais uma alegoria megalomaníaca. Se por um lado a franquia Mad Max teve sucesso em mostrar um mundo pós-apocalíptico onde tribos lutam por recursos e pela sobrevivência, Máquinas Mortais acaba sendo verdadeiramente terrível e nem mesmo o visual deslumbrante compensa todas as outras falhas.