“Céu e inferno não existem. Não importa como você viveu sua vida, o pós-vida é o mesmo. A morte é igual para todos. ”

Death Note, uma das séries de mangás mais populares do mundo, escrita por Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi Obata, foi adaptada como uma série de anime pela Madhouse e dirigida por Tetsurō Araki, composta de 37 episódios exibidos entre outubro de 2006 até junho de 2007. O diretor Adam Wingard (Blair Witch, You’re Next) assumiu o comando da adaptação americana, que chegou ao Netflix na ultima sexta-feira.

O filme é uma versão extremamente rasa do confronto de ideologia entre,o estudante Light Turner e L, um detetive particular cujo objetivo é desmascarar o serial Killer conhecido mundialmente como Kira. Através de um caderno, a Light pode matar qualquer pessoa contando que ele conheça seu rosto e seu nome.

Os  protagonistas são retratados de forma infantil, com direto a diversas expressões faciais dignas de pena, transformando algo dramático em uma comedia pastelão, são tão exageradas que partem rumo a uma paródia dos personagens originais, realmente uma atuação forçada, prejudicando a imersão nessa adaptação.

Como em grande parte dos filmes americanos sobre adolescentes, Wingard, adiciona a personagem de Margaret Qualley para fazer par romântico com o protagonista, mesmo não convencendo o publico de sua relação com Light, Mia, talvez seja um dos pontos positivos do filme, sendo claramente uma adaptação da personagem da segunda portadora do caderno, Misa Amane.

Wingard acertou no elenco ao escalar Willem Dafoe para dublar Ryuk, o Deus Da Morte que enviou a Death Note para o Light. Dafoe é definitivamente a unica coisa boa do filme. Sempre aparecendo nas sombras como um fantasma, para enaltecer o rosto perturbador de Ryuk. Ele realmente parecia o Deus Da Morte baseado nos traços de Takeshi Obata que ganhou vida graças ao serviço de Streaming.

O filme sem a bagagem da franquia de quase 10 anos consegue se segurar num ritmo extremamente tedioso e sem nada memorável, porem os momentos de morte com imagens fortes e exageradas passa a sensação de humor do que de agonia ou horror, talvez as escolhas do diretor teriam sido melhores aproveitadas se fosse mais restrito a efeitos menos espalhafatosos. Em vez disso, ele se junta ao diretor James Wong de Dragonball Evolution no Death Note dos fãs nas redes sociais.

Death Note filtra a história original de uma maneira que deixa a desejar, principalmente se a expectativa estiver alta. Enquanto os protagonistas falham em suas interpretações sem sal, o plot twist apesar de surpreender se torna apenas a cereja do bolo nessa adaptação.