Seis anos após o lançamento original no PS4, Days Gone retorna em 4k com melhorias gráficas, novos modos de jogo e um modo foto mais consistente. Porém, será que o remaster entrega o que promete ou é apenas uma tentativa de reviver um jogo pouco aclamado devido ao seu lançamento conturbado?
Mesmo mundo, mas bem mais polido
O mundo de Days Gone sempre foi um dos seus maiores focos, e isso é mais evidente no remaster. Apesar do lançamento extremamente conturbado em 2019 por conta de seus bugs e de parecer uma versão inacabada, esta nova versão reforça o clima sombrio com luzes mais realistas, florestas densas e postos de gasolina abandonados que criam a sensação de fim de mundo, e é claro com bem menus bugs e problemas.
Porém, apesar da nova iluminação melhorar os visuais, o cenário ainda parece estático, sem muita interação dinâmica entre facções inimigas ou mudanças significativas na vida do mapa.
A versão remasterizada de Days Gone também inclui novos recursos voltados para acessibilidade. Entre eles, estão melhorias na personalização das legendas, opções de alto contraste aplicadas tanto à interface quanto à jogabilidade, além de destaques visuais e cores alternativas. São ajustes que lembram bastante os que fizeram sucesso em títulos como The Last of Us Part II. Tornar o jogo mais acessível para o maior número de pessoas possível é sempre motivo de comemoração.
Apesar disso, a história ainda se destaca no gênero zumbi. Ela avança em episódios menores, como a história de Lisa ou a relação de Deacon com Boozer. Nada é revolucionário, mas é contado de forma envolvente, com cutscenes de qualidade cinematográfica que ainda surpreendem nos dias de hoje.
Confira aqui nossa review completa sobre a história e do jogo original
Novos modos de jogo, a grande novidade do remaster
O maior destaque do game sempre foi as grandes hordas dos zumbis. No remaster, a intensidade aumentou: até 800 inimigos atacam simultaneamente no novo modo Ataque da Horda. Visualmente, é incrível lutar com hordas gigantes de inimigos, mas a jogabilidade continua baseada na “sorte” do jogador e também na tentativa e erro de como você gerencia tantos inimigos ao mesmo tempo
O novo modo adiciona uma ação frenética enorme, mas falta uma certa profundidade. Sem um objetivo bem claro além de sobreviver, o modo pode ficar chato e repetitivo bem rápido, principalmente por ser 100% single player. O remaster também traz os modos Speedrun e Morte Permanente. Speedrun como o nome ja diz, vem para atender os jogadores competitivos, cronometrando o seu tempo de zeramento.
Já o modo de morte permanente desafia até mesmo os jogadores mais veteranos da franquia, criando uma tensão gigantesca a todo momento, pois você realmente tem somente uma vida. O grande diferencial desse modo, é que vc pode escolher 1 vida pelo jogo todo ou 1 vida por ato, onde caso você venha morrer, o jogo reseta no ato em questão.
Ambos são adições interessantes, mas pouco relevantes para quem busca apenas história e imersão. O grande destaque do jogo que é a moto de Deacon, ainda sofre com customizações de certa forma limitadas apesar das adições de novas peças ao longo dos anos que o jogo foi lançado.
Melhorias gráficas
Tecnicamente, o jogo apresenta melhorias sólidas. Rodando a 60 FPS, com sombras mais definidas, texturas mais nítidas e um céu visivelmente mais realistas.O ciclo de dia e noite agora pode ser ajustado manualmente, um atrativo a mais para quem gosta de capturar fotos dentro do game.
Visualmente, a diferença é perceptível, mas não chega a impressionar quem já experimentou o título no PS4 Pro ou no PS5 via retrocompatibilidade. As opções de modo qualidade (4K a 30 FPS) e desempenho (1440p a 60 FPS) são boas adições, embora já fossem esperadas. Ainda assim, fica a impressão de que o remaster foi feito de maneira apressada. Em comparação ao cuidado dedicado ao remaster de Horizon Zero Dawn, Days Gone parece uma atualização mais modesta.
Por outro lado, o suporte ao DualSense é um ponto muito positivo: a vibração e a resistência dos gatilhos aumentam a imersão, especialmente durante as viagens de moto e recargas de armas. A trilha sonora segue como um dos destaques, reforçando a atmosfera intensa e emocional da aventura.
Conclusão
Days Gone Remastered cumpre o que promete e talvez esse seja o maior problema. É mais bonito, mais fluido, mas traz poucas novidades em conteúdo. Os novos modos adicionam algumas novidades, mas não justificam plenamente o valor cobrado. Para quem nunca jogou, esta é a melhor versão para acompanhar a jornada de Deacon, já para veteranos, o retorno pode não ser tão empolgante.
Days Gone Remastered já está disponível para PlayStation 5 e PC.
*O Cromossomo Nerd agradece a Playstation por fornecer uma chave de acesso no PS5 para esta análise.