Jane Foster deixa de ser a Thor nos quadrinhos Marvel

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A morte da Thor nos quadrinhos Marvel finalmente chegou. Lá atrás em 2014, o escritor Jason Aaron introduziu uma nova Thor, anunciando que dessa vez Thor seria mulher. Não foi a primeira vez que o Mjolnir foi empunhado por alguém que não fosse o Odinson, mas Aaron construiu uma história inteligente, segurando cuidadosamente a verdadeira identidade do Thor feminino por quase um ano. Finalmente, ele revelou que a nova Thor não era outro senão Jane Foster, a amada de Odinson nas histórias clássicas.

Essa revelação sempre significou que a história de Thor tinha um limite de tempo imposto a ela, e a Marvel não fez segredo da morte iminente de Jane. A “dignidade” de Jane Foster a fez se tornar Thor antes de morrer por causa de um câncer terminal, se sacrificar porque sabia que o mundo precisava de um deus do trovão. Tragicamente, toda vez que ela se transformava, a magia do martelo anulava o efeito de sua quimioterapia. Ser um herói estava literalmente matando-a, mas ela escolheu continuar trilhando este caminho.

É correto afirmar que, embora a identidade de Jane seja agora conhecida na Terra, os asgardianos ignoram isso. Os cientistas e feiticeiros da Terra examinaram o corpo de Jane e chegaram a um diagnóstico perturbador: que ela teve que parar de se transformar em Thor antes que isso a matasse. Doutor Estranho advertiu que o corpo dela não poderia sobreviver até mesmo a mais uma transformação… e então, Mangog atacou Asgard, tirando a cidade brilhante de órbita e a enviando diretamente para o Sol.

Embora a maioria dos asgardianos tenha sido evacuada, três lutaram contra a besta feroz; Odin, Lady Freyja e Thor Odinson. E mesmo o poder combinado desses três não seria suficiente. O Martelo veio buscá-la e ela sentiu a necessidade. Ela pegou Mjolnir uma última vez.

Thor # 705 é um final apropriado para a história de Jane Foster. Não é possível lutar contra Mangog, que foi criado para se vingar dos deuses. Em vez disso, Jane opta por conter a criatura em uma corrente, que ela fixa ao Mjolnir. Então, trazendo um final épico para a batalha, ela lança Mjolnir no coração do próprio Sol – arrastando Mangog com ele.

Thor assiste com horror seu martelo encantado ser destruído, antes de perceber a enormidade do que Jane fez: sem Mjolnir em sua mão, a Thor voltará à forma humana mais uma vez. Para derrotar os deuses, Jane destruiu sua única chance de sobreviver.

A morte de Jane Foster é um sacrifício lindo e pungente; é também, em termos temáticos, uma morte que inverte a história típica. A tradição judaico-cristã enfatiza a natureza sacrificial de Deus e seu Filho, e a franquia de Thor muitas vezes brincou com um conceito similar de “dignidade”, mesmo na tela grande. Tanto em Thor quanto em Thor: O Mundo Sombrio é a disposição de Thor se sacrificar que o torna digno.

Desta vez, porém, a história messiânica foi nitidamente invertida. É o humano que deve dar a vida para salvar os deuses; são os deuses caprichosos que precisam provar que são dignos do sacrifício de Jane Foster.