Josh Brolin e a humanização de um personagem feito inteiramente por computação gráfica

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Vilões de filmes baseados em quadrinhos geralmente não fogem da fórmula básica e nem ousam em ser mais do que uma simples ameaça. Às vezes, alguns deles se destacam por irem contra essa maré e representarem mais, como é o caso do icônico Coringa do Heath Ledger e o Killmonger de Michael B. Jordan. O Thanos de Josh Brolin também segue essa linhagem. Um personagem com tantas camadas embutidas numa incrível bidimensionalidade fez do Titã Louco o verdadeiro protagonista de Vingadores: Guerra Infinita.

Não é somente a sede insaciável por poder ou destruição, mas sim um homem que perdeu muito do que amava e já sofreu horrores inimagináveis, mesmo que alguns tenham sido por sua escolha. A faceta de ecoterrorista também entra como uma característica notável do personagem, pois afinal, dizimação universal foi o que ele causou depois do estalar de dedos. Entretanto, o mais comovente é a humanidade que Josh Brolin imprimiu tão perfeitamente bem em todas as cenas.

Toda a carga dramática necessária existe e se manifesta nos momentos mais pesados do filme. Mesmo sendo um personagem feito por computação gráfica, ainda é possível ver o ator, todas as suas feições e emoções. Os propósitos apresentados pelo roteiro são bastante críveis e fica a cargo de Brolin transformar eles nas camadas de Thanos. Devido a isso, passa a existir uma compreensão em certa medida dos atos do vilão, criando dúvidas se ele tem razão ou não.

A relação com Gamora é outro ponto alto do seu arco dentro de Guerra Infinita. O único ser merecedor do amor de Thanos o rejeitava piamente, a ponto de tentar matá-lo. Apesar disso, o amor paterno era inquebrável no coração dele, algo que só foi rompido com o sacrifício pela Jóia da Alma, momento que pode ser classificado como o ápice da dor e da luta de Thanos.

O antagonista e protagonista de Guerra Infinita só fez o que fez porque, na sua consciência, estaria impedindo o resto do universo de passar por tudo que ele já sofreu. Se enxergando como o único capaz de prevenir o colapso cósmico, mesmo que o faça pelo caminho errado. A grandiosidade na humanidade de Josh Brolin como Thanos é o que torna o personagem único, marcando eternamente o Universo Cinematográfico da Marvel. É certo que seu final em “Vingadores: Ultimato” será à altura, bem como ele entrará para o panteão dos grandes vilões da história do cinema.