Como seria bom acreditar que os humanos são uma espécie evoluída o suficiente para conviver em harmonia com seus semelhantes e respeitar aqueles que são diferentes, mas obviamente esse não é o caso, diariamente temos exemplo disso, e Matt Reeves mais uma vez aborda esse tema de uma maneira singular e sensacional em Planeta dos Macacos: A Guerra.
O filme que encerra uma das trilogias mais elogiadas dos últimos anos, não busca exibir uma representação literal de seu título na tela, a Guerra em questão é algo muito mais complexo e subjetivo, durante os 140 minutos da película, somos bombardeados com dúvidas existências e um explícito questionamento sobre qual é a espécie selvagem, os humanos ou os macacos?
O filme não levanta bandeiras, não de forma explícita, mas sim de uma forma mais generalista, não entram em pauta etnias, religiões ou opções sexuais, mas sim a humanidade, afinal, a mensagem é clara, os macacos não pediram para ser daquele jeito, porém eles são, e não querem tomar o espaço dos humanos, apenas querem ser deixados em paz para sobreviverem, mas os humanos com seu egoísmo e brutalidade não conseguem aceitar isso, preferem exterminá-los e exterminar a si mesmos do que tentar viver de forma pacífica.
Os efeitos especiais me impressionaram, a qualidade da computação gráfica é incrível, todos os macacos são extremamente detalhados e realistas, a fluidez de seus movimentos também é excelente, tudo isso somado aos talentos de seus intérpretes humanos, Andy Serkis, já veterano do ramo, está mais uma vez impecável, conseguindo passar todo o peso emocional de César e sua evolução com maestria, o destaque fica com o personagem de Steve Zahn, que serve como alívio cômico do filme, acredite, ele é totalmente necessário, o filme seria pesado e sombrio demais sem ele, sem contar que toda vez que ele aparece a risada é garantida.