Inspirado pelo clássico Super Sentai japonês, Power Rangers surgia em sua primeira encarnação no ano de 1993, desencadeando uma febre de franquias que teria sua parcela de influência na cultura pop durante as próximas duas décadas e além. Prova disso é o novo filme que estreia no Brasil essa semana, estrelando nas telonas o super-grupo de Rangers em uma releitura de sua fase clássica.
No filme, acompanhamos, ao melhor estilo Clube dos Cinco, a história do atleta Jason Scott (Dacre Montgomery), da popular Kimberly Hart (Naomi Scott), do esquisito Billy Cranston (RJ Cyler), do ousado Zack Taylor (Ludi Lin) e da antissocial Trini Kwan (Becky G.), que, por uma série de situações, acabam se vendo obrigados a formar uma inusitada parceria sob as ordens de Zordon (Bryan Cranston) e Alpha 5 para deter a vilanesca Rita Repulsa (Elizabeth Banks).
Os atores desempenham sem problema os papéis que lhes couberam, ainda que soem bastante estereotipados, devido às influências seguidas. Cabe inclusive sobre Trini, a adorável Ranger amarela, a responsabilidade de questionar esses rótulos que acabam sendo criados ao redor dos adolescentes na época do colegial.
Sem medo de ser um drama adolescente e uma trama de super-heróis clássica ao mesmo tempo, Power Rangers encara com sucesso o desafio de fazer o clichê parecer significantemente novo, usando e abusando de músicas joviais, sequências de ação (que nem sempre envolvem super poderes ou efeitos especiais megalomaníacos) e situações tipicamente colegiais que vão desde o bullying até questões que envolvam a sexualidade.
Power Rangers é uma grande homenagem a si próprio (embora as raízes do Sentai estejam praticamente extintas aqui), mas também é o começo de algo novo. O tom moderno é atraente tanto para os leitores de primeira viagem quanto para os que verão sua infância compacta em duas horas de lutas, explosões, amizade e MORFAR.