[REVIEW] Scarlet Nexus | Quando dá certo transformar um anime em jogo de videogame

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Anunciado no evento Inside Xbox de maio de 2020, Scarlet Nexus é uma das grandes apostas da Bandai Namco para 2021. Desta vez, temos um jogo de anime que não é uma adaptação das obras da Shounen Jump, mas sim uma franquia totalmente nova, que far[a o processo inverso do tradicional.

Você já viu isso antes, mas isso é bom

Scarlet Nexus segue os mesmos maneirismos e estereótipos da maioria dos animes e usa isso a seu favor. O mundo do jogo tem uma estética Brainpunk e a história gira em torno da OSF (Other Suppression Force), uma forca militar que recruta pessoas com habilidades extra sensoriais para proteger a raça humana dos “Outros”, criaturas que caem do céu e se alimentam de cérebros humanos.

A história começa com um ritmo lento, com diálogos expositivos e apresentando mais dos personagens principais, que possuem arquétipos bem conhecidos para quem costuma assistir anime. Em pouco tempo, o ritmo melhora e apresenta um mundo interessante, que dá contexto à uma trama que, apesar de não ser inovadora, te prende e te deixa curioso para saber o que vai acontecer em cada capítulo.

Para quem está acostumados com os Hack’n Slack ocidentais, a forma que o jogo conta a história pode acabar sendo um pouco cansativa. Ao invés de cenas cinematográficas, o jogo opta por caixas de texto, clássicas de JRPGS.

Alguns diálogos as vezes são extensos demais para cenas que poderiam ser resumidas em bem menos tempo, o que deixaria tudo mais dinâmico.

Poderes Psíquicos que fazem a diferença 

Scarlet Nexus tem uma mecânica de Hack’n Slash extremamente divertida, com combos que são simples de executar. Um grande destaque é a mecânica não se apoiar na repetição do mesmo botão diversas vezes, te estimulando a alternar entre os ataques físicos clássicos com os poderes psíquicos dos personagens.

Parte importante do combate está está na mecânica do SAS (Struggle Arms System), um dispositivo do universo do jogo que permite seus companheiros compartilharem os poderes deles com você. Ele enriquece o combate, oferecendo diferentes habilidades e formas de lidar com inimigos, conforme o seus companheiros mudam em prol da história.

Suas mecânicas de RPG também não deixam a desejar. O jogo tem uma árvore de habilidades simples, que vai te oferecendo ferramentas conforme você progride na campanha e dando uma curva de aprendizado satisfatória.

Vale dizer que a variação de combos é bem empolgante e você não se sente sobrecarregado com muitos comandos de uma vez só.

Arte bonita que te faz querer ver mais

Os Gráficos são bonitos para a proposta do jogo, entregando um visual BrainPunk com estética de anime, que enche os olhos, mesmo com algumas texturas chapadas e ambientes meio sem vida que você acaba encontrando em muitos momentos.

A direção de arte é satisfatória, com fases que possuem ambientações, apesar de não impressionar muito em termos técnicos.

Ao contrário da arte rica e inovadora, a trilha sonora do jogo não chama a atenção, com melodias bem batidas que te fazem perguntar se você não as ouviu antes em algum anime ou JRPG.

Tudo que um Shonen tem de bom

Se Scarlet Nexus fosse um anime, com certeza seria o Shonen mais falado da temporada. Os fãs de anime terão uma experiência familiar, que vai te deixar entretido em suas mais de 20 horas. Scarlet Nexus é otimo passo da Bandai Namco em emplacar sua própria IP no mainstream da comunidade de anime.

Scarlet Nexus foi jogado em Xbox One. O Cromossomo Nerd agradece a Bandai Namco por fornecer uma cópia do jogo para análise.