“Se alguém precisa de ajuda e você pode ajudar, tem a obrigação de fazer isso.”

Entra Marc Webb no reboot da franquia, apenas 10 anos após a saída de Sam Raimi. Como mencionado anteriormente, grande parte das críticas para este filme parecia ser devido a simplesmente existir. Agora, quando se argumenta que um filme como O Espetacular Homem-Aranha foi um filme ruim porque não deveria ter sido criado, há um buraco gigante no meio do argumento.

Dirigido com profundidade emocional e muitos toques cômicos por Marc Webb, esta versão um pouco mais obscura do aracnídeo, insere um retrato emocionante da angústia adolescente em uma dose previsível de ação alimentada por CGI, com as estrelas Andrew Garfield e Emma Stone, colocando vida para a criação de quase 50 anos por  Stan Lee e Steve Ditko, cuja primeira aparição foi Amazing Fantasy #15 em agosto de 1962.

O Espetacular Homem-Aranha foi uma boa adição na franquia com um elenco fresco e cativante diferente da franquia anterior, trazendo um Homem-Aranha mais condizente com os tempos modernos e mais próximo da versão dos quadrinhos, Andrew Garfield interpreta o perfeito Peter Parker do século XXI, um adolescente irritado de Nova York. Um gênio sim, mas incapaz de controlar suas emoções e de entender a responsabilidade que vem com seus poderes, embora Emma Stone já tenha realizado papéis muito melhores, é difícil reclamar dela neste filme.

O filme faz algumas coisas melhores do que na primeira trilogia, como o desempenho geral dos atores, mas também faz algumas coisas muito menos efetivamente, como a história dos pais do Peter que não levam a lugar nenhum, e o foco obsessivo na Oscorp, forçando com que tudo no roteiro esteja ligado a mesma.

Trazendo pela primeira vez nas telonas o professor Curt Connors, o Lagarto, um réptil gigante e destrutivo, interpretado com um impressionante compromisso por Rhys Ifans. Essa nova historia tinha um potencial gigantesco devido a química entre os atores, Webb, no entanto, não atingiu o ponto certo em sua primeira tentativa.

A Sequência

Na sequência de The Amazing Spider-Man, Marc Webb, corrigiu todos os erros do filme anterior mas peca na execução, analisando o filme como um todo, o erro mais nítido é a pressa em adaptar um dos momentos mais marcantes da vida da aranha. Este filme apresenta os mesmos problemas que atormentaram Homem-Aranha 3, o excesso de vilões e a falta de desenvolvimento de cada um deles.

Peter está mais interessado em sua relação com Gwen Stacy e descobrindo mais sobre seu pai do que lidar com o vilão, Electro interpretado por Jamie Foxx. Harry Osborn está mais interessado em encontrar uma cura para sua doença do que descobrir o que diabos está acontecendo com Oscorp. Mesmo Gwen Stacy só quer sair de Nova York para Londres.

Nos filmes anteriores, incluindo o primeiro, a cidade de Nova York e as pessoas de York têm sido um personagem bastante significativo. O enorme arranha-céus de Manhattan que abriga a sede da Oscorp representa tudo o que não é confiável e é duvidoso sobre a cultura corporativa. É também um ambiente de trabalho inseguro, como evidenciado pelo destino do personagem de Jamie Foxx, o engenheiro Max Dillon, obcecado pelo Homem-Aranha e deprimido na maior parte do tempo.

A batalha mais importante de Peter ocorre internamente, dividido entre seguir ou não seu amor por Gwen, sabendo muito bem, que ele deve se afastar para manter-la segura de seu mundo repleto de ameaças, o romance dos dois convence o público de forma natural, além de adicionar novas camadas a mitologia do aranha.

O filme de Webb parece saber exatamente o que está fazendo, é ousado, brilhante e possui charme em abundância, apesar de ter sido cancelado abruptamente, esse universo tinha um potencial gigantesco, principalmente após o fantástico e emocionante desfecho adaptando um dos momentos mais importantes do herói e mostrando um amadurecimento nunca antes visto do personagem no cinema.