[ANÁLISE] Monstro do Pântano 1×01 – Piloto

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A tão aguardada série do Monstro do Pântano finalmente estreou nessa sexta-feira, dia 31 de maio, pelo serviço de streaming da DC Comics, o DC Universe. Com um grande nome do terror como James Wan produzindo a série, era de se esperar que ela fizesse jus ao clima dos quadrinhos clássicos do avatar do Verde. E fez.

Na trama, uma misteriosa epidemia parece tomar conta da cidadezinha de Marais, na Louisiana, e agentes do Centro de Controle de Doenças (O CDC, na sigla original) são chamados para tentar desvendar o mistério.

Um desses agentes é Abigail “Abby” Arcane (Crystal Reed), que nasceu e cresceu na cidade, mas a abandonou por razões misteriosas, ligadas à família Sunderland.

Vale lembrar que, nos quadrinhos, Avery Sunderland (Will Patton) é um dos inimigos do Monstro do Pântano. Na série, o perigo parece ser dobrado, pois Maria Sunderland (Virginia Madsen) – personagem original criada para a série – também já mostra não ser flor que se cheire logo no primeiro episódio.

A relação quase familiar de Abby com os Sunderland promete ser ainda mais explorada nos próximos episódios. Essa escolha é curiosa, pois nos quadrinhos Abigail é de fato parente do maior vilão do Monstro do Pântano: o sinistro Arcane, que não parece que vai dar as caras nessa temporada.

A personagem está bem caracterizada – não faz diferença, mas eu espero vê-la de cabelo branco alguma vez – e é bem desenvolvida ao longo do episódio. Sua vocação de enfermeira foi remodelada para o seu papel como oficial do CDC e vislumbramos um pouco do seu talento para lidar com crianças.

No quesito ambientação, a série está impecável: vemos aqui e acolá elementos típicos de uma cidadezinha do interior e mais: uma cidade que se firma no pântano, um importante cenário-personagem da série.

Outro acerto da série é a abordagem dada ao Alec Holland (Andy Bean), um tanto quanto afastada dos quadrinhos, mas essencial para entendermos as motivações desse personagem, elemento que carecia de fundamento na obra original de Len Wein e Bernie Wrightson.

Há quem ache que a figura de Holland não é importante, mas eu discordo completamente. Inclusive, mesmo após a reformulação do personagem pelas mãos do Alan Moore, decretando que Alec Holland e o Monstro do Pântano são figuras distintas, autores de renome como Mark Millar/Grant Morrison (em parceria) e Scott Snyder voltaram para Alec, a fim de fundamentar suas ideias.

O fato é que não existe Monstro do Pântano (Derek Mears) sem Alec Holland. E a série acertadamente explora esse aspecto.

Embora o primeiro episódio tenha sido bem introdutório, especialmente para quem não conhece a história do personagem, ele conta com boas cenas de ação, que surpreendem até os mais entendidos.

Alguns personagens, como Liz Tremayne (Maria Sten) e Matt Cable (Henderson Wade) aparecem ainda timidamente, e esperamos ver mais deles em breve.

No geral, os fãs de quadrinhos podem ficar tranquilos e satisfeitos. Diversos elementos dos quadrinhos estão espalhados aqui e acolá, e mesmo que não sejam chamados pelo nome – cof cof fórmula biorrestauradora cof – sabemos o que são. Outros aspectos que me remeteram ao run clássico de Wein e Wrightson foram o laboratório-cabana do Holland no meio do pântano e o seu cachorro.

E, pelo que já foi divulgado, os fãs podem torcer pela aparição de uma certa “lição de anatomia”, parte fundamental de qualquer cânone do Monstro do Pântano…