Aquaguia | HQs que você deve ler para conhecer o Aquaman

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Falta pouco para a estreia do filme solo do Aquaman. O Rei dos Sete Mares e membro fundador da Liga da Justiça é um dos principais personagens do panteão da DC, e injustamente, um dos menos valorizados. Tendo aparições em séries de TV (“Smallville”), animações da Liga da Justiça e jogos (saga “Injustice”), agora é a vez do herói aquático fazer seu debute nos cinemas. Pensando nisso, indicamos algumas histórias e arcos essenciais para entender quem é o Aquaman e conhecer melhor a sua mitologia.

 

A Lenda do Aquaman (1989)

História apresentada alguns anos depois do período pós-crise, A Lenda do Aquaman traz a epopéia do personagem desde seus primeiros dias até o auge assumindo o trono de Rei de Atlântida. Com roteiro de Keith Giffen Robert Loren Fleming, a arte fica a cargo de três artistas: o próprio Keith Giffen com os esboços, Curt Swan ficou com os traços e Eric Shanower com a arte final. É uma boa narrativa de origem e uma ótima apresentação para conhecer o Aquaman.

Um arco bem feito, mostrando um Aquaman que também é um herói, e não só um rei de uma sociedade do fundo dos mares. Quando é preciso ele usa suas habilidades e poderes sobre-humanos para ajudar os inocentes. “A Lenda do Aquaman” é uma história simples, seguindo uma trama sem complicações, indo do ponto de origem até o ápice do personagem, que é o trono de Atlântida.

 

A Busca Por Mera (1968)

“A Busca Por Mera” pode ser considerado a primeira grande saga solo do personagem, escrita por Steve Skeates e ilustrada por Jim Aparo. A HQ narra o misterioso desaparecimento da Rainha de Atlântida e a busca de Aquaman por repostas. E partindo em busca delas, um desesperado Arthur Curry vai embora deixando seu reino desprotegido, e nesse momento onde surgem forças querendo tomar o trono através de um golpe de estado. A Busca Por Mera conta com a participação de personagens importantes do Aquaverso: VulkoAqualadAquagirl e o carismático Aquababy. A arte é um primor e a trama envolve um tom aventuresco e político. O arco em questão está nas edições #40 a #48 do primeiro volume do Aquaman.

 

Mais Espesso que a Água (1987)

O quadrinho faz parte de uma nova série de reformulações que a DC encomendou para seus principais personagens após a Crise nas Infinitas Terras. A minissérie dividida em quatro edições começa a jornada de Arthur Curry como Aquaman pouco antes do reboot da Crise. Neil Pozner escreve o roteiro, usando o passado do personagem como base para o que virá futuramente após a apresentação do prólogo. Há confrontos com Mestre dos Oceanos, forte interação com Mera, Vulko em ação, mitologia subaquática e muita coisa que ainda hoje é utilizada nos quadrinhos do Rei de Atlântida.

Craig Hamilton assina a arte, com finalização de Steve Montano e colorização de Joe Orlando. A visualidade tem um papel importante para construir a beleza do fundo dos mares. Os quadros destacam as paisagens e personagens, com seus traços e cores variados. Além do roteiro competente que idealiza uma nova versão do Aquaman e os conflitos familiares com o irmão, a arte é o outro grande chamativo de Mais Espesso que a Água.

 

As Crônicas de Atlântida (1990)

Nos início dos anos 90, o lendário e cultuado Peter David assumia a revista do Aquaman e dava início à uma das fases mais aclamadas do personagem.  

As Crônicas  de Atlântida narra a trama pelos olhos de diferentes personagens, que nesse caso são os reis que já governaram antes de Arthur Curry. Cada edição da série é uma seção das crônicas escrita por um diferente historiador, estratégia muito bem utilizada por Peter David para contar a história de diferentes percepções e assim, deixá-la mais rica. As primeiras quatro edições são a saga de Rei Orin, seu irmão Shalako e o filho deste, Dardanus, o neto Kordax, e a guerra civil que quase destruiu Atlântida para sempre. As últimas edições lidam com a tentativa dos atlantes de conquistar o mundo, que eles acreditavam ter sido destruído quando Atlântida afundou.

Após isso, somos apresentados ao Aquaman e sua importância para aquele momento atual. O trabalho artístico de Esteban Maroto acompanha e complementa muito bem o roteiro. Todo o fundo do mar é belo e assustador ao mesmo tempo, um trabalho muito cuidadoso. Existe realmente muito cuidado com toda a criação desse visual, algo que o diretor James Wan parece ter feito com excelência no filme solo do herói.

Peter David criou um arco essencial para definir o mundo dos mares da Editora das Lendas, estabelecendo essas conjunto de contos como o mito oficial de Atlântida. O roteirista marcou a DC Comics ao desenvolver e trabalhar de forma majestosa várias características e personagens, estabelecendo novos conceitos e alicerces para o Aquaverso.

 

Aquaman Vol. 5 – Edições #0 a #46

Estas outras edições históricas escritas por Peter David também o consagraram como um dos quadrinistas mais visionários a trabalhar o Aquaman. DetalheÉ aqui onde ele substitui sua mão perdida pelo famoso gancho. O personagem ganha outras dimensões, com David o colocando em posições nunca vistas antes, chegando a torná-lo um herói niilista. A aparência dessa época parece influenciar diretamente a versão de Jason Momoa, com barba e cabelos voluptuosos, e uma expressão badass no rosto. Além disso, as adoradas séries animadas Liga da Justiça e Liga da Justiça: Sem Limites trazem um Aquaman muito semelhante visualmente e conceitualmente à visão de Peter David.

 

O Tempo e a Maré (1993)

Sequência direta de Crônicas de Atlântida, é mais uma do impecável menu de Peter David, a série lançada em 1993 conta a história de Aquaman juntando as várias pontas soltas existentes dos últimos anos. A minissérie em 4 edições tem um enredo focado na história de Atlântida antes do nascimento de Arthur Curry até sua ascenção como Rei submarino. Seu irmão e clássico rival, Orm, o Mestre dos Oceanos, ganha muito mais destaque no capítulo final.

O Tempo e a Maré pode ser considerada como um tipo de “Batman: Ano Um” para o Aquaman. Com roteiro e arte adequados, é uma boa leitura capaz de recontar mais uma vez outra origem até aquele momento, deixar pontas soltas para serem exploradas nas futuras séries mensais que viriam a seguir.

 

Sub-Diego (2004)

Sub-Diego começa logo após o evento cataclísmico que afundou metade da cidade americana de San Diego, na Califórnia, matando mais de 400 mil pessoas. O cenário deixado pela catástrofe é desolador, com um oceano coberto por destroços de prédios, veículo, corpos humanos e até mesmo animais. Aquaman aparece abatido, vasculhando as ruínas e, logo depois, segue até as equipes de emergência que tentam salvar feridos em terra firme.

O roteiro ficou a cargo de Will Pfeiffer, que o conduz de modo magistral, numa edição pesada, sombria, emocional e lidando com questões humanas. Após o afundamento, o povo da recém-criada Sub-Diego tem que se adaptar ao novo modo de vida, e com a presença de um Rei exilado e acompanhado de sua Aquagirl, e que agora precisava voltar a ser um herói e guiar as pessoas afetadas pela tragédia.

 

Maré Americana (2004)

A fase se inicia logo após Sub-Diego e aborda as consequências do desastre ambiental em San Diego. Dividido em seis partes, as ações do Aquaman são coordenadas com a da Liga da Justiça para salvar os que sobreviveram, e ao mesmo tempo em que enfrenta os questionamentos dessa mudança tão sobrenatural, ele procura orientar e proteger os que ficaram submersos.

Will Pfeiffer e Patrick Gleason ficam responsáveis por roteiro e arte, respectivamente. Em resumo, a dupla consegue oferecer uma série crível e a desenvolve com maestria durante as seis partes, utilizando aspectos de diferentes nuances, como meio ambiente e até mesmo a ficção científica.

 

A Espada de Atlântida (2005)

O título veio logo após o término da mega-saga Crise Infinita, e foi a principal revista do Aquaman nesse período. Contando com Kurt Busiek nos roteiros e Kackson Guice na arte, a narrativa não segue um modelo tradicional, pois há outro personagem no lugar do protagonista. O jovem Arthur Joseph Curry parece ser a cópia exata do outro Arthur, que aqui desempenha um papel caracteristicamente secundário.

A série apresenta uma história competente, eficiente e perfeita para entender quem é o Aquaman e aprender mais a respeito dele.

 

Como Aquaman Conseguiu Seus Poderes! (1959)

O pequeno arco da Era de Prata trata da origem do personagem principal e de vários outros coadjuvantes, como a Rainha Atlanna e Thomas Curry. Robert Bernstein escreve junto com a arte de Ramona Fradon. Primeiramente, não é uma história lembrada pelo brilhantismo, inteligência ou qualquer boa característica. Sofrendo de muitos problemas e esquisitices advindas do tratamento dado ao Aquaman na época, peca pelo modo de narração, deixando o andamento mais confuso do que parece. Entretanto, pelo valor simbólico de ser uma das primeiras origens do Aquaman, e trazer seus pais nela, merece ser lida para ter uma breve noção desta mitologia.

 

Scavenger Hunt (1980)

Um quadrinho simples, onde Mera está sofrendo com um tipo de doença que provoca delírios e altas temperaturas. Aquaman parte à procura Vulko, e no caminho encontra seu velho amigo Topo, um polvo que o mostra um maquinário atlante que pode salvar Mera, porém, o herói tem de lidar com a ameaça inesperada da máquina Scavenger.

 

A Morte de Um Príncipe

A trama é uma das mais emocionais e tristes da trajetória do Aquaman. A saga se desenrola nas edições #435 a #455 de Adventure Comics e #57 a #63 da revista solo do herói. A dupla David Micheline e Jim Amparo colocam o Rei de Atlântida enfrentando uma falha que lhe custou muito caro: a morte de seu filho pelas mãos do seu algoz, o Arraia Negra. Lidando com o luto, não só o pai e mãe choram a morte do pequeno príncipe, mas todo o povo atlante sente a perda. Além de alavancar as vendas e trazer uma abordagem humana á Arthur, A Morte de Um Príncipe também deu mais profundidade e destaque a relação de Aquaman e Arraia Negra, trazendo-a definitivamente para o campo mais pessoal.

 

Mundos Em Guerra

O gigante crossover publicado em 2001 é mais um daqueles que só a DC consegue fazer. A mega série colocou os principais heróis da Editora das Lendas contra a ameaça do vilão Imperiex, que planeja aniquilar a Terra. Em uma série de ataques coordenados à diversas localidades e heróis, o vilão também passa pelo reino submarino, provocando uma grande batalha que fez Atlântida desaparecer numa explosão.

 

A Era Obsidiana

A saga teve início em 2003 na revista mensal na Liga da Justiça, dos números #09 ao #19. O arco gira em torno do paradeiro do Aquaman, desaparecido desde “Mundos em Guerra”. Anteriormente, Arthur tentou defender seu reino de um ataque fatal do vilão Imperiex, e agora, após essa sofrida derrota, ele vira uma espécie de ser elemental aquático, e precisa se reagrupar com os outros membros da Liga e encontrar um jeito de derrotar a criatura.

 

Aquaman Novos 52: Fase Geoff Johns

Geoff Johns à frente do título do Aquaman gerou uma das mais belas e bem escritas histórias em quadrinhos dos últimos anos da DC, a ponto de ser usada como a base principal para o filme de James Wan que estreia essa semana. Aliado ao talentosíssimo desenhista Ivan Reis, Johns cumpriu a missão de trazer de volta o Rei de Atlântida em toda sua majestade e glória.

Resgatando e criando elementos clássicos da mitologia, usando do humor e da própria fama de herói inútil que infelizmente foi sendo construída ao longo dos anos, a revista dos Novos 52 foi um sucesso de público e crítica. Com o quinteto: Liga da Justiça: Origem; Aquaman: As Profundezas; Aquaman: Os Outros; Liga da Justiça: Trono da Atlântida e Aquaman: A Morte de um Rei, essa é uma pedida mais que perfeita.

 

BÔNUS: Rainha de Atlântida

O amor da vida de Arthur Curry também tem seu próprio brilho e protagonismo, tanto que recentemente ganhou seu próprio título solo. Em 6 edições, Mera: Rainha de Atlântida explora a heroína de forma natural, mostrando seu lado guerreiro, como também diplomata. O responsável pelo roteiro é de Dan Abnett, com os desenhos incríveis de Lan MedinaStanley “Artgerm” Lau e Nicolla Scott.

 

Aquaman estreia nos cinemas brasileiros em 13 de dezembro.