[ANÁLISE] Blasphemous 2 e a penitência sem fim

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O Penitente Silencioso está de volta no tão aguardado Blasphemous 2, sequência do jogo lançado em 2019, um título produzido pela Game Kitchen e publicado pela Team17.

O Cromossomo Nerd teve a oportunidade de jogar a esperada continuação, e vamos analisar se houve algum tipo de melhoria ou se o mesmo foi capaz de fazer jus ao primeiro game.

A Nova Penitência

Ambientado mais uma vez no lindo, porém sombrio, mundo de Cvstodia, Blasphemous 2 inspira em diversos mitos e lendas espanholas, incluindo artistas como Francisco de Goya (considerado o mais importante artista espanhol do final do século XVIII) e na arquitetura de Sevilha, cidade natal dos desenvolvedores do jogo.

No jogo, assumimos o controle do Penitente mais uma vez. Depois dos acontecimentos do primeiro jogo, e após o seu sacrifício, o personagem desperta de seu sono eterno, aos braços de um Deogracias petrificado.

Assim que saímos de nossa sepultura, vemos uma figura angelical descer dos céus. Trata-se de Anunciada, nossa orientadora nessa nova jornada, que veio das montanhas celestiais, um lugar extremamente sagrado.

Durante a conversa com tal entidade, somos informados que o Milagre fará nascer outra criança, de um grande coração celeste, e que das alturas irá zelar a cidade do Santo Nome.

Para que o mesmo que aconteceu a Albero não se repita, devemos passar por três novas humilhações, e derrotar seus guardiões, para assim termos acesso e subirmos até o coração e impedir o nascimento da criança. Mais uma vez, nos vemos à mercê do milagre.

Apenas mais do mesmo?

Não, Blasphemous 2 não é só mais do mesmo, ou muito menos só mais um metroidvania. O jogo conta com um universo próprio extremamente maravilhoso e rico em detalhes.

Além disso, o título também traz inúmeras melhorias rem relação ao jogo anterior, incluindo mais uma história única wue faz com que o jogador queira saber cada vez mais sobre esse universo e os personagens que ali vivem, ou em questão de jogabilidade e gráfico.

Jogabilidade

Algo notável de cara é o quanto ficou mais agradável e fluido jogar com o personagem, já que temos uma movimentação melhorada em termos de esquivas e golpes.

Uma das principais mudanças foi o jogador poder escolher um estilo de arma, entre três disponíveis: um mangual de ataque pesado e lento, espada de esgrima e adaga com ataque leve e rápido, e uma cimitarra que é um intermédio entre os dois já citados.

Dessa forma, temos um combate mais moldável a nosso próprio gosto. Aliás, cada arma possui um árvore de habilidades única, criando assim uma build mais única.

Outro novo recurso são os retábulos de madeira que o Penitente pode levar em suas costas, que são adquiridos ao levar ferramentas ou recursos para um entalhador da cidade.

Cada um destes itens dará algum atributo, e é possível fazer diversas combinações ao equipá-los, algo semelhante ao rosário do jogo anterior.

Tudo o que já funcionava muito bem continua lá: o rosário, as orações, os frascos de vida, alguns apenas com poucas modificações nas formas de conseguir e de melhorá-los.
Não podemos esquecer dos inimigos, que parecem ainda mais inteligentes e letais, tendo uma variação de golpes maior, fazendo das batalhas ainda mais difíceis, porém prazerosas de se vencer.

Blasphemous 2

Gráficos

Não se pode negar o quanto o visual de Blasphemous é charmoso, seja pela sua incrível fidelidade às construções de Sevilla ou suas diversas inspirações em obras de arte do século XVII.

Quem também ganha destaque é o pixelado, sim ele ainda está lá, dando aquele toque nostálgico principalmente para aqueles que cresceram jogando jogos como Castlevania e semelhantes.

Houve sim uma melhoria gráfica bastante perceptível, mas sem perder sua identidade, sendo apenas um retoque, tornando o que já era bonito em algo ainda melhor.

Blasphemous 2

Trilha sonora

A música sempre é algo muito importante em um jogo para dar a imersão necessária. Em Blasphemous 2 ela consegue se apresentar de forma primorosa, tanto quanto no primeiro jogo.

Quem assina a trilha é Carlos Viola, compositor de Sevilla, que mais uma vez consegue captar e nos passar o sentimento do Penitente. Com sua mistura de viola, piano, tons sombrios e hinos de igreja, a trilha nos traz o sentimento de calma, em conjunto com o suspense necessário para essa penitência.

Largas Sombras é sem dúvidas uma das melhoras faixas da trilha, passando a ideia de algo épico, misterioso, mas de certa forma reconfortante.

Considerações finais

Não é preciso nem falar que, se assim como eu, aqueles que passaram horas nas humilhações do primeiro título, certamente irão adorar esta nova penitência.

Podemos ver claramente o cuidado que a Game Kitchen teve com o jogo em sua história, que desde o primeiro título já é bastante rica e apresenta diversos finais.

Então sim, é um jogo que vale bastante a pena.

Blasphemous 2 está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC.

*O Cromossomo Nerd agradece a Game Kitchen e Team17 pela chave do jogo no PC para esta análise.