Chegando aos cinemas 1 de novembro, O Doutrinador, filme adaptado da HQ brasileira de mesmo nome, escrita por Luciano Cunha, conta a história de um agente da Divisão Armada Especial (DAE), Miguel (Kiko Pissolato), altamente treinado, que sofre uma tragédia familiar e se transforma em um vigilante que mata os políticos corruptos.
Primeiramente, devemos ressaltar que a produção consegue retratar bem a realidade e a corrupção existente em nosso país, mostrando como a população está indignado com o governo e como o sistema está totalmente corrompido, quem está no governo tem sempre que botar a roda pra girar, como um mecanismo.
Infelizmente, o roteiro do longa deixa a desejar bastante, principalmente na forma em que é trabalhada a transformação do anti-herói, sendo algo totalmente jogado na tela, onde o espectador não consegue sentir empatia pelo personagem, nem quando acontece a tragédia familiar na vida dele. O ator Kiko Pissolato simplesmente não consegue passar a emoção necessária e se mostra pouco confortável no papel, em uma cena extremamente mal dirigida. A mensagem que o filme tenta passar é vazia. Sem um roteiro que a suporte ou atores que impulsionem a carga dramática, transformando o que seria uma boa mensagem social em um martírio.
O grande destaque fica por conta de Nina (Tainá Medina), uma personagem que também foi vitima do sistema, é hacker e serve como ajudante de Miguel. Tainá Medina consegue entregar uma atuação boa, com bom humor, principalmente quando está contracenando com Pissolato.
Em relação às cenas de ação, os diretores Gustavo Bonafé e Fabio Mendonça conseguiram fazer um bom trabalho, implementando movimentos de parkour e lutas bem coreografadas. Embora apostem demais em cenários com pouca iluminação, conseguimos acompanhar muito bem os movimentos dos personagens.
Embora o filme traga uma mensagem de que a população não aguenta mais ser roubada pelos políticos, ele não aborda nenhuma consequência para quem resolve ser um justiceiro social. No fim, O Doutrinador é um filme fraco, sem um roteiro para prender o espectador e atuações risíveis. Se você conseguir superar tantas falhas, talvez tire algo proveitoso.