[CRÍTICA] O Rei Leão | O mesmo filme com um toque de realismo

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Na próxima quinta-feira (18), chega aos cinemas o aguardado remake em “live-action” de O Rei Leão, uma das animações mais aclamadas da Disney, que promete render mais uma bela fortuna para o estúdio.

Conforme vimos pelos trailers, o longa dirigido por Jon Fraveau (Mogli: O Menino Lobo), segue à risca a animação de 1994, dirigida por Rob MinkoffRoger Allers. Isso fica evidente logo na cena de abertura do longa, que é uma cópia frame a frame exata do original, tanto em enquadramentos quanto em iluminação e todos os mínimos detalhes.

Com a proposta de ser o mais realista possível, o longa mistura cenas de animais e paisagens reais com animações digitais, criando uma mescla que, em certos momentos, fica difícil distinguir o que é real e o que é animação, porém todo esse realismo tem um preço e ele é cobrado nos momentos em que os animais começam a falar.

As cenas em que os leões começam a falar e cantar realmente são estranhas, afinal, isso é totalmente irreal, o que confronta com a proposta inicial do longa. Além disso, na animação, os animais tinham expressões faciais e corporais que imitavam os humanos, algo que não acontece no remake, o que causa mais estranheza ainda.

Apesar disso, o remake ainda consegue ser extremamente empolgante, divertido e emocionante, assim como o original. Embora a história tenha ganhado alguns retoques sutis para ficar mais encorpada, esse é o remake da Disney que mais se aproxima do original, sendo uma cópia exata em muitos sentidos.

Enquanto muitos irão achar isso um ponto negativo, já que Fraveau apenas “requentou” um produto que estava pronto, acrescentando alguns detalhes, os fãs ficarão satisfeitos em ver que algo tão perfeito permaneceu intacto e respeitoso.

Alguns momentos esporádicos surpreendem, como é o caso da canção “Spirit”, interpretada por Beyoncé, que foi encaixada em um momento importante do longa. Contudo, seria melhor se tivessem colocado-a em uma cena inédita de Nala, dando mais destaque para a personagem, assim como foi feito com a Jasmine no remake em live-action de Aladdin.

Por falar em trilha sonora, Hans Zimmer, que também trabalhou no original, retorna para deixar seu trabalho ainda mais lapidado. Com a ajuda de Pharell Williams, Zimmer revisita uma das melhores trilhas de sua carreira, nos deixando arrepiados por diversos momentos da trama.

O elenco de atores que emprestam suas vozes para os personagens na versão original está simplesmente impecável. Beyoncé está sensacional como a versão adulta de Nala, assim como Childish Gambino, que interpreta a versão adulta de Simba, mas quem brilha mesmo é o veterano James Earl Jones, que retorna ao papel de Mufasa e a dupla Billy Eichner e Seth Rogen, que dão voz a Timão e Pumbaa.

O remake certamente fará sucesso com o público, além de mostrar um avanço enorme no que se refere à animação digital, contudo, ficamos com a pergunta “ele era realmente necessário?” Fica nítido o cuidado e o trabalho árduo empregado na produção, mas ainda assim, o original ainda consegue ser mais carismático e já que não inovaram, qual o real propósito dessa nova versão além de engordar ainda mais os cofres da Disney?

Quem é fão do original certamente irá voltar a ser uma criança, ainda mais nos momentos-chave do longa, que com certeza te levarão às lágrimas.