Crítica Rogue One: Uma História Star Wars

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Rogue One: Uma História Star Wars é um spin-off da saga e conta a história de um grupo recrutado pela Aliança Rebelde que se infiltra no Império Galáctico com a missão de roubar os planos da Estrela da Morte, situado assim cronologicamente entre o Episódio III: A Vingança dos Sith e o Episódio IV: Uma Nova Esperança.

A premissa do filme pode parecer superficial para atrair apenas aos fãs mais apaixonados pela franquia, porém à medida que a narrativa se desenvolve, ele vai ganhando complexidade e carga dramática, podendo satisfazer até o público casual ou quem foi ver o filme sob baixas expectativas. O filme serve também para amarrar algumas pontas soltas e responder a alguns dos mais famosos questionamentos dos fãs sobre a trilogia original, como “por que a Estrela da Morte foi destruída com um só tiro? ”. Há também uma visão interessante da Aliança Rebelde, mostrando um lado mais obscuro, onde os rebeldes são capazes de “sujar as mãos” em prol da causa.

Star Wars sempre foi uma franquia também conhecida pelo protagonismo de personagens femininas fortes, como a Princesa Leia (Carrie Fisher) da trilogia original e a recente Rey (Daisy Ridley) de O Despertar da Força. Em Rogue One temos Jyn Erso (Felicity Jones), uma jovem que passou a vida fugindo do Império após seu pai, Galen Erso (Mads Mikkelsen), ter sido sequestrado e forçado a trabalhar na conclusão da Estrela da Morte, fazendo todo o necessário para sobreviver, tornando-a uma personagem forte, mas, no entanto, ainda falta o carisma de Leia e Rey.

Além de Jyn, o grupo de Rogue One é formado pelo Capitão Cassian Andor (Diego Luna), o droide K-2SO (Alan Tudyk), Chirrut Imwe (Donnie Yen), Baze Malbus (Jiang Wen) e o piloto Bhodi Rook (Riz Ahmed). Cada um desempenha uma função bem distinta no grupo, enquanto Jyn é a heroína em busca de seu pai, Andor é o rebelde capaz de fazer qualquer coisa pela causa, K-2SO é o alivio cômico e consegue arrancar boas risadas da plateia com seu jeito desbocado e meio malandro, Chirrut representa o lado mais sensitivo ligado à Força e Baze é o brutamontes que quer atirar em tudo que vê. A apresentação dos personagens, no entanto é um pouco fraca, eles aparecem meio que do nada.

Pelo lado do Império Galáctico, o destaque é o Diretor Orson Krennic (Ben Medelsohn), o vilão do filme e diretor do projeto de construção da Estrela da Morte. Krennic é bem caracterizado como um oficial do Império, ele tem a postura e trejeitos características do “lado negro” e funciona bem como o vilão de um filme spin-off, onde a ameaça ao Império é menor do que a de um Jedi.

A ação é um grande ponto positivo. As lutas corpo-a-corpo, principalmente as protagonizadas por Donnie Yen, são cheias de movimentos plásticos de kung-fu, os tiroteios contam com lasers explodindo para todo o lado (padrão Star Wars) e as batalhas espaciais, recheadas de explosões, também são incríveis.

Como os trailers já previam, há a aparição de Darth Vader. Apesar do famoso vilão não desempenhar um papel significativo na trama, funcionando apenas como um “Fan Service”, é incrível vê-lo na telona, principalmente com a dublagem de James Earl-Jones. Além disso, a cena na qual Vader mais interage é digna da grandiosidade do personagem, podendo ser considerada, sem nenhum exagero, como a melhor aparição de Darth Vader em um filme de Star Wars. Falando em “Fan Service”, há vários ao longo do filme, como a aparição de personagens clássicos e frases famosas da série.

O final do filme é previsível e já é algo imaginado por quem assistiu pelo menos o início do Episódio IV, onde a Princesa Leia está em posse de um dispositivo com os planos da Estrela da Morte, mostrando que os rebeldes de Rogue One tiveram sucesso em sua missão. Apesar disso, nesse caso o que importa é como aconteceu e o final do filme é de arrancar lagrimas de emoção dos fãs, todo o desfecho é emocionante.

A trilha sonora é toda instrumental e variada entre a trilha da trilogia clássica, músicas originais criadas por Michael Giacchino (Doutor Estranho) e remixes da trilha clássica. Todas são muito boas, combinam bem com as cenas, mas são as músicas clássicas que conseguem tirar arrepios, principalmente quando se ouve a Marcha Imperial.

Em suma, Rogue One: Uma História Star Wars é um excelente filme, divertido, consegue arrancar sorrisos e lagrimas dos fãs e amarra bem as pontas soltas do Episódio IV. A escolha do elenco foi acertada, os personagens são divertidos e as cenas de ação são estonteantes. Mais um ponto positivo para Disney e a Lucasfilm.