Em Ritmo de Fuga | Edgar Wright acerta ao criar um novo estilo de musical

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Lembra-se da primeira cena de Guardiões da Galáxia que nos deixou extasiados ao vermos o Senhor das Estrelas dublando e dançando “Come And Get Your Love”? Agora imagine essa sensação ao longo de um filme inteiro, isso é o que vemos em “Em Ritmo de Fuga“.

Assim como Peter Quill, a vida de Baby (Ansel Elgort) é baseada em música, por motivos de certa forma similares, entretanto, Baby sofre de uma doença auditiva chamada zumbido, e necessita ficar à todo momento escutando música, em sua infinita coleção de iPod’s, para conseguir se concentrar, o que acaba fazendo com que ele se exclua do mundo exterior e pareça “retardado”, como diz o personagem de Jon Bernthal, mas não subestime o garoto, ele é muito mais do que os olhos aparentam.

O elenco do filme está recheado de estrelas, como Kevin Spacey, Jamie Foxx, John Hamm e a belíssima Lily James (Cinderela), que atua como par romântico do protagonista e mais uma vez se prova uma excelente atriz, o carisma de Lily é inegável, conseguindo claramente transmitir os dramas de uma garçonete de uma pequena cidade que quer fugir de tudo e conhecer o mundo (isso é clichê, mas a personagem é tão carismática que você acaba deixando isso de lado e se apaixonando por ela, assim como o protagonista).

A sinergia do elenco é algo muito positivo, todos os atores estão muito convincentes em seus devidos papéis, até mesmo Elgort que encara o duro desafio de passar grande parte do filme sem falar e mesmo assim não se deixa ser ofuscado, Jamie Foxx é a pedra no sapato e inconveniente ao extremo e John Hamm é a cereja do bolo, o ator se mostrou muito confortável no papel e dominou com maestria o complexo roteiro de Wright.

Falando em roteiro, ao assistir o filme, tive de buscar semelhanças com outras produções para assimilar a quantidade de eventos e direções que o mesmo nos leva, não que o filme seja uma cópia de outros filmes, mas tive sensações semelhantes e lembranças do primeiro Velozes e Furiosos, Quebrando a Banca (Também com Kevin Spacey), Sem Dor, Sem Ganho e o já citado Guardiões da Galáxia, quem já assistiu esses filmes, com certeza irá notar algumas semelhanças, assim como eu.

O que posso dizer sobre Em Ritmo de Fuga é que fui surpreendido, pude entender o motivo por trás das notas altas que o filme recebeu da crítica internacional e concordo completamente com elas. Edgar Wright mais uma vez nos mostra sua assinatura em um filme original e divertidíssimo, o diretor apostou em personagens marcantes, cenas de perseguição com carros de tirar o fôlego, e uma trilha sonora que é parte crucial da produção, nos proporcionando cenas magníficas, que apesar de não serem cantadas pelos protagonistas, são apresentadas de uma maneira divertida e que as valoriza ainda mais.

PS: Se você é fã de quadrinhos, talvez note (assim como eu notei), que na pequena participação de Jon Bernthal, o ator está usando uma camiseta preta com uma estampa de caveira, coincidência?