Seria Jujutsu Kaisen o Naruto dos dias de hoje ?

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Com estreia em 2018 na Weekly Shōnen Jump, cerca de 30 milhões de cópias em circulação e serialização em anime iniciada em 2020 pelas mãos do estúdio Mappa, mesmo estúdio que produz a atual temporada de Shingeki no Kyojin (Attack on Titan), Jujutsu Kaisen já é a febre do momento. O anime gira em torno de Itadori Yuji, um jovem colegial que é jogado no mundo da feitiçaria e apesar de uma premissa simples, ela ainda correria o risco de ser mal executada e até mesmo interpretada, o que por competência do autor e de toda a equipe envolvida não aconteceu e graças a isto temos hoje o novo queridinho.

Eu falo com tranquilidade que Jujutsu Kaisen está para a geração atual como Naruto estava para a geração de 1999: popular, divertido, empolgante e inovador. Jujutsu acumulou em pouco tempo uma legião de fãs, tanto pelo seu estilo dinâmico e fluído quanto pelo seu tom voltado para a geração atual de jovens.  Mesclando elementos asiáticos com símbolos da cultura pop ocidental, como o rock, presente na sua primeira ending: Lost in Paradise.

Quando falo em estilo dinâmico, me refiro ao que parece ser uma nova forma de produzir animes shounen, ao mesmo tempo que o toque do clássico é conservado. O protagonista é bem carismático e eu diria que o papel dele vai além do protagonismo, ele serve como fio condutor da obra de modo que não seja tudo sobre ele. É tudo sobre o universo e suas nuances, temas delicados e carregados de emoção. Todo protagonista deveria ser assim ? Fica a critério do autor e de qual utilidade essa dinâmica teria para a obra.

Outro ponto importante a destacar é o quão bem as garotas são trabalhadas e desenvolvidas. Se nos shounens antigos elas levavam uma fase inteira para brilhar ou serviam apenas como interesses amorosos, aqui elas carregam um peso fenomenal desde o início. Apesar da brincadeira com o tipo de mulher, as personagens de modo algum são objetificadas e suas lutas não tem nenhum tipo de apelo para o público masculino.

Os elementos que compõem a energia passada pela série são muito bem equilibrados, temos um humor bem encaixado, um terror que brinca com as possibilidades do que pode e do que não pode acontecer, uma trilha sonora e movimentos que flertam com o hip hop e o rock. Todo esse cuidado por parte da staff e do próprio autor na produção da série só demonstram o quanto buscaram por referências, qualidade e inovação. Coisas que sem dúvidas agregam valor a obra.

Apesar de estar com uma agenda cheia, a Mappa está fazendo um excelente trabalho na animação de Jujutsu Kaisen, entregando uma paleta de cores bem discreta, mas bem marcante. Os efeitos também tiveram uma boa representação e as lutas empolgam bastante. Em alguns momentos, o estúdio chega a fazer detalhes impressionantes e manter eles mesmo quando não é o foco. É, sem dúvidas, um trabalho cansativo para um anime de periodicidade semanal, mas feito com compromisso.

Alguns diriam que essa alta qualidade é exagerada em um anime shounen, mas eu acredito que isso apenas traga inovação ao nicho e à uma obra com potencial para ser a melhor desta geração.

Mas e aí ? Está acompanhando a história ? Está se divertindo ? Qual seu tipo de mulher ? Deixe sua opinião sobre nos comentários.