Velozes e Furiosos 8 | A falta de Paul Walker é nítida no novo filme da franquia

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Velozes e Furiosos está de volta, mas sem seu maior personagem, Brian (Paul Walker). Fomos convidados pela Universal para assistir o filme, e se pudéssemos defini-lo em uma frase, seria: Falta alguma coisa.

A história começa com Dominic Toretto (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) passando sua lua de mel em Cuba. Toretto acaba precisando defender seu primo distante, que tem uma dívida com um grande homem da cidade e que quer levar o carro do jovem em troca do pagamento. Don, entra em uma disputa com o tal homem e ambos apostam uma corrida que acaba com a vitória de Toretto com o carro explodindo e ultrapassando nos últimos segundos o seu adversário.

Tudo parece perfeitamente bem até que Cypher (Charlize Theron) encontra Toretto e pede para que ele trabalhe para ela. Dominic não aceita a proposta de cara, mas após exibir um vídeo para ele, o mesmo muda de ideia e sai pensativo, nos fazendo entender que ela o vigia há muito tempo. Enquanto isso, Luke Hobbs (Dwayne Johnson) é chamado para uma missão onde precisa recuperar algo importante e ilegal que está na Alemanha, para o governo americano. Letty, Toretto, Roman (Tyreese Gibson), Tej (Ludacris) e Megan (Nathalie Emmanuel) entram na missão para ajudar Luke e com sucesso a finalizam. Porém, Toretto se rebela e joga o carro de Luke para fora da estrada e ele capota diversas vezes ficando impossibilitado de fugir.

Sem entenderem o porque da rebelião de Don, Luke avisa os parceiros de que ele roubou o que eles haviam resgatado e é preso pela policia alemã que o encontra dentro do carro capotado. Dá-se ai o início de toda a trama. Além de contar com o elenco permanente da franquia, Kurt Russel, Scott Estwood, Charlize Theron, Helen Mirren e Kristofer Hivju (Thormund de Game Of Thrones) entram na franquia e entregam muito bem os seus papéis. O filme também conta com o retorno dos vilões Ian Shaw (Jason Staham) e seu irmão Owen Shaw (Luke Evans).

Diferente dos primeiros filmes da franquia, hoje Velozes e Furiosos é um show de pirotecnia com efeitos visuais, explosões e milhares de destruições de carros. O tempo inteiro o que mais deixou a desejar no filme foi a naturalidade como que os personagens trataram a mudança de Toretto. Ninguém surtou e nem houve uma conversa sobre seu comportamento entre os seus antigos parceiros. Tudo ficou muito clichê e a trama do filme poderia ter sido melhor. É claro que existe um grande plot twist inesperado, mas não segura o filme de forma geral.

Como fã de Velozes e Furiosos eu senti falta das ações corporais, das brigas e das cenas sem os carros em alguns momentos, acho que foi o que mais faltou no filme. E mesmo sendo um filme sobre carros, não era exatamente nisso que ele se resumia, pelo menos não enquanto Paul Walker fez parte da franquia. O filme não deixa à desejar, mas poderia ter sido melhor executado, de forma que o elogio não seria só aos efeitos especiais. Charlize Theron apavora com sua vilã, mas acaba ficando escrachada por querer dominar o mundo e ter todas as armas nucleares para controlar as nações.

A emoção nas cenas de ação é grande, é claro. Tudo foi bem calculado e produzido de fato, mas os personagens não tomam grandes atitudes como em Velozes e Furiosos 7 em que você quase perde o coração pela boca com as cenas do elenco tentando resgatar Brian (Paul Walker) na estrada.

Depois de tantos anos, Velozes e Furiosos entrega um filme típico de seus padrões no quesito efeitos especiais, mas perde a essência inicial dos primeiros filmes da franquia, onde a relação e aproximação da “Famiglia” eram as cenas mais tocantes e fortalecedoras para o resto da trama, do filme e dos personagens. Ficou faltando o laço familiar, as dúvidas e questões que o personagem Brian (Paul Walker) trazia e eles poderiam ter utilizado isso neste filme mesmo sem a presença dele.

O filme estreia nesta quinta-feira dia 13 de abril em todos os cinemas do país.