[ANÁLISE] Digimon Survive | 4 anos para isso?

Quatro anos desde seu anúncio, para a felicidade ou infelicidade dos fãs da franquia, Digimon Survive, jogo desenvolvido pela HYDE e publicado Bandai Namco, finalmente foi  lançado no dia 29 de julho de 2022.

De início, Digimon Survive é lento e maçante, pois o título prepara o cenário para sua história, apresentando os personagens principais e estabelecendo o relacionamento que eles têm entre si. Na verdade, este é um romance visual em primeiro lugar, mas logo nos encontramos desejando mais ação entre os monstrinhos.

A história começa com um grupo de estudantes japoneses do ensino médio em uma viagem ao campo, mas as coisas desandam quando a turma se depara com um antigo templo dedicado a bestas semelhantes a divindades. Você provavelmente já imagina o desenrolar dessa história, especialmente se você já estiver familiarizado com Digimon. Isso mesmo, as crianças são presas em uma realidade alternativa governada pelas criaturas com estranhos poderes.

Em um nível superficial, os personagens parecem esquemáticos e os diálogos são um pouco prolixos, mas quando Agumon e seus amigos digitais surgem, as coisas ficam mais complicadas e divertidas.

Aqui, Agumon não é apenas uma ferramenta eficaz para se usar no combate baseado em turnos do título, sendo também central para a história, junto com os outros Digimon amigáveis ​​que aparecem nos primeiros capítulos. É uma nova dinâmica quando se trata de jogos da franquia, pois as personalidades dos próprios monstros raramente são exploradas fora dos programas animados.

O jogo possui um estilo típico de romance visual, muitas vezes você pode viajar entre locais para conversar com personagens específicos ou explorar seus arredores. Felizmente, é orientado por menus, mas ainda é muito trabalhoso para avançar. Essa estrutura é um pouco estranha e atrapalha as batalhas estratégicas de Digimon Survive. Os encontros baseados em histórias são poucos, o que é uma pena porque, como nos jogos de Digimon, o processo de nivelar os monstros e expandir sua equipe é um grande ponto de venda.

Não há nada de revolucionário no sistema em si, os Digimon se movem em uma grade com propriedades únicas para cada ataque, as animações são agradáveis ​​e fáceis de entender. A evolução digital também é um fator, pois seus companheiros podem assumir novas formas para aumentar temporariamente seu poder. De acordo com a base de dados do game, existem mais de 100 Digimon para serem descobertos.

Está claro que Digimon Survive tinha potencial para ser um jogo único e envolvente, com foco na escolha do jogador, interações de personagens e combate tático, mas o ritmo maçante acaba cansando bastante.

Sabemos que romances visuais podem ser devagar, o que é bom, mas em um jogo onde exige que você se envolva em elementos de RPG, como subir de nível e coletar recompensas, diálogos detalhados e exploração tediosa podem sobrecarregar rapidamente sua gameplay.

Vale destacar que o jogo está disponível para diversas plataformas, como: Microsoft Windows, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e Xbox Series X/S.

*Gostaríamos de agradecer à Bandai-Namco por terem nos enviado uma cópia do jogo para esta análise.