[CRÍTICA] Ahsoka – 1ª Temporada | Mais um ponto alto de Star Wars

Ahsoka é mais uma série do universo de Star Wars na Disney Plus baseada na personagem Ahsoka Tano (Rosario Dawson), uma ex-aprendiz de Anakin Skywalker que se tornou uma guerreira Jedi independente.

A série se passa logo após a queda do Império, onde Ahsoka está em busca do Grão Almirante Thrawn (Lars Mikkelsen), um poderoso inimigo do Império Galáctico.

Explorando a Jornada de Ahsoka

A série se inicia com Ahsoka embarcando em uma missão pessoal para tentar deter o retorno do temível Grão Almirante Thrawn. Nesse percurso, somos levados a uma jornada de autodescoberta, dilemas morais e um confronto inevitável com seu próprio passado como Jedi. Dave Filoni e sua equipe fazem um trabalho notável ao explorar os aspectos psicológicos e emocionais de Ahsoka, mostrando como as experiências passadas moldaram sua perspectiva.

Ahsoka enfrenta conflitos internos sobre seu próprio passado e seu papel no universo. Sua jornada de autodescoberta é um dos aspectos mais envolventes da série, e sua determinação em fazer a coisa certa, mesmo quando os desafios são avassaladores, a torna uma personagem cativante.

A série destaca a importância das relações interpessoais na construção do universo de Star Wars. A amizade entre Ahsoka e sua aprendiz Sabine Wren (Natasha Liu Bordizzo), que começou na série animada Star Wars: Rebels, é o alicerce emocional da série.

Reencontro de Sabine e Ezra

O reencontro de Sabine e Ezra Bridger (Eman Esfandi), é um dos pontos altos da série. os atores desempenham seus papéis com uma química palpável, recriando a dinâmica especial que os fãs se apaixonaram ao longo da série animada.

Os Vilões

A série introduz vilões intrigantes que acrescentam camadas de complexidade à trama. Baylan Skoll, interpretado por Ray Stevenson, é um personagem ambíguo que busca romper o ciclo de guerras e líderes tiranos na galáxia. No entanto, suas verdadeiras motivações permanecem um mistério, e sua relutância em revelar seus planos deixa o público intrigado.

Shin, interpretada por Ivanna Sakhno, é uma vilã interessante que lidera ataques implacáveis contra nossos heróis. Sua determinação e habilidades de combate a tornam uma adversária digna, e suas interações com Sabine são carregadas de tensão.

Morgan Elsbeth, interpretada por Diana Lee Inosanto, é uma das antagonistas que já foi introduzida na segunda temporada de Mandaloriano. Ela está de volta e desempenha um papel crucial na trama da série e está planejando o retorno de Thrawn.

O grande destaque, no entanto, é o Grão Almirante Thrawn. Thrawn é um vilão carismático e intelectualmente imponente, que planeja meticulosamente suas ações. Sua busca por poder e conhecimento o torna um adversário formidável para Ahsoka, e suas cenas são repletas de suspense.

Mas o grande destaque vai para…

Com certeza, o personagem que mais curti na série é o droide Huyang, interpretado pelo talentoso David Tennant. Esse droide traz um humor fantástico para a trama, e sua química com a Ahsoka é demais. A natureza robótica dele e sua forma de levar tudo ao pé da letra rendem momentos engraçados que aliviam a tensão da história.

As complexidades da Nova República

Para falar sobre a Nova República, temos que falar da personagem Hera Syndulla, interpretada por Mary Elizabeth Winstead, Hera é uma general da Nova República e uma figura respeitada na galáxia. Sua presença na série contribui para expandir o universo de Star Wars, fornecendo insights sobre a política e os bastidores do governo após a queda do Império.

No início da série, Hera está em uma posição de liderança na Nova República e é encarregada de uma missão de resgate para encontrar Ahsoka e Sabine, que partiram em busca de Ezra e Thrawn. No entanto, sua missão não é autorizada, o que a coloca em conflito com as autoridades da Nova República. Isso oferece uma visão interessante da política na galáxia pós-Imperial, mostrando que as complexidades da burocracia e das rivalidades políticas persistem mesmo após a queda do Império.

Expandindo o Universo de Star Wars

A série introduziu pela primeira vez em live-action As Irmãs da Noite, também conhecidas como Bruxas de Dathomir. Essas bruxas são treinadas desde jovens e dedicam suas vidas a dominar os segredos da magia negra e da Força. Elas servem como um contraponto interessante aos Jedi e Sith, mostrando que há outras formas de interagir com a Força no universo de Star Wars.

Ahsoka e Anakin (Padawan e Mestre)

O reencontro de Ahsoka com Anakin Skywalker é um dos momentos mais aguardados e emocionantes da série. Ahsoka e Anakin compartilham uma conexão profunda que se desenvolveu ao longo de sua jornada como mestre e padawan durante as Guerras Clônicas, como visto em Clone Wars.

Quando Ahsoka e Anakin se encontram novamente no quinto episódio da série, há uma mistura de emoções que transbordam na tela. Anakin, reprisado por Hayden Christensen, traz à vida essa reunião há muito aguardada de maneira impressionante.

O diálogo entre os dois é carregado de nostalgia e emoção. Ahsoka até faz piadas sobre a aparência de Anakin, que permanece praticamente a mesma, enquanto Ahsoka envelheceu. Esses momentos de leveza são equilibrados com uma profundidade emocional, já que eles revivem uma das primeiras missões de Ahsoka como padawan.

O reencontro também permite que a série explore a relação entre os dois de maneira mais profunda. Ahsoka expressa seu medo de seguir os passos de Anakin em direção ao Lado Sombrio, já que ela é tudo o que ele é e possui todo o conhecimento que ele tem.

O momento mais impactante ocorre quando Anakin assume a aparência de Darth Vader, sugerindo que a relutância de Skywalker em aceitar perdas como um “preço a pagar” pela vitória foi o primeiro sinal de sua guinada para o Lado Sombrio.

Esse reencontro não é apenas um simples fanservice, é uma peça fundamental na narrativa da série. E também aprofunda o relacionamento entre esses personagens icônicos.

Problemas com roteiro e edição

A série tem alguns problemas que precisam ser mencionados. Nos dois primeiros episódios, o ritmo é um pouco lento, principalmente porque eles estão focados em apresentar os personagens aos espectadores que estão assistindo pela primeira vez. No entanto, no meio da temporada, a série pega um ritmo melhor, com boas cenas de ação e desenvolvimento de personagens interessante, o que torna a trama intrigante.

Porém, nos episódios finais, a série escorrega novamente, trazendo algumas situações previsíveis e clichês, além de vários erros de continuidade. Em vez de encerrar alguns arcos, a série deixa muitas perguntas sem resposta e muitas pontas soltas. Infelizmente, esse é um problema recorrente nas produções da Disney – nunca parece terminar uma história e sempre deixa as respostas para um possível futuro.

Conclusão

Em resumo, a série é uma ótima adição ao mundo de Star Wars. Com direção competente, um roteiro envolvente e efeitos especiais de alta qualidade, a série continua a expandir o universo da saga. Embora haja espaço para melhorias em algumas áreas, Ahsoka é uma adição bem-vinda ao cânone de Star Wars e pode se tornar uma peça importante na expansão do universo da franquia.