[CRÍTICA] Operação Overlord | Precisávamos de um filme de zumbis na 2ª Guerra e não sabíamos!

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Em 8 de novembro, chega aos cinemas Operação Overlord, primeiro filme de grande orçamento de Julius Avery. Ambientado na década de 40, o longa mostra os eventos que precederam a icônica Operação Overlord, que consistia na invasão Européia feita pelas nações opositoras à Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, contudo, a trama nos mostra que os alemães possuíam uma perigosa carta na manga que, por pouco, não mudou o curso da Guerra.

Logo de cara, temos uma abertura que recria os icônicos documentários de Guerra, com cenas em preto e branco e um letreiro que segue a risca os padrões da época, algo que, além de extremamente nostálgico, aumenta nossa imersão, tanto ao reforçar que aquela é uma obra de ficção quanto o período em que ela se passa. Por incrível que pareça, a obra começa com uma cena extremamente profunda, que se encaixaria em qualquer filme de Guerra indicado ao Oscar.

Naquele breve momento, conhecemos alguns dos personagens principais e suas funções na trama. Depois de uma impactante sequência que mostra alguns aviões sendo abatidos pelos alemães, engrenamos de fato no cenário e no objetivo principal da produção e, dali em diante, temos uma sequência avassaladora de eventos que te deixarão preso na cadeira até os créditos finais subirem.

Contando com um elenco recheado de surpresas e de excelentes atuações, o filme se sustenta com pouca coisa em tela, guardando cenas mais ambiciosas para os momentos finais e se desprendendo dos clichês do gênero. O grande trunfo aqui, é passar a credibilidade de algo irreal como nazistas criando zumbis para serem usados como armas em seu exército e acredite, por mais absurdo que possa parecer, a ideia funciona muito bem e nos envolvemos completamente na trama.

Pilou Asbæk, intérprete do vilão Wafner, dá um show de atuação, conseguindo transpassar toda a sua loucura e patriotismo nazista em cenas intensas e angustiantes. É claro, os mocinhos também se destacam, principalmente Jovan Adepo e Mathilde Ollivier, que transbordam carisma e atitude, passando toda a credibilidade possível para as situações da trama.

Em um mundo de reboots, remakes e filmes derivados, Operação Overlord se destaca por unir elementos conhecidíssimos do cinema em uma trama inovadora e inteligente, garantindo uma boa e inesperada diversão. Embora o ritmo do longa caia um pouco na metade, o saldo geral é extremamente positivo.

Além de uma boa narrativa e excelentes atuações, o filme também conta com uma fotografia e efeitos especiais dignos de elogios. Contando com algumas cenas em plano sequência, o diretor e a equipe de fotografia conseguiram dar mais valor artístico à obra, mostrando que não era apenas mais um filme de Guerra/Terror.

A trilha sonora, embora muito bem pontuada e mixada, poderia ser um pouco mais diversificada, já que, em muitos momentos, conta com uma repetição da mesma melodia como uma forma de fixar uma música-tema para a trama, algo que poderia ser melhor trabalhado para casar com a proposta visual de imergir o expectador na década de 40.

Há alguns anos, a Blumhouse Productions vem se destacando por lançar ótimos filmes de terror/suspense com baixo orçamento, tais como Corra!, que acabou ganhando o Oscar de melhor roteiro original, contudo, parece que a Paramount também está disposta a entrar nesse páreo. Depois do aclamado “Um Lugar Silencioso”, Operação Overlord se mostra mais um acerto do estúdio, nos fazendo crer que muita coisa boa ainda pode estar por vir.