“Se formos a guerra, poderíamos perder tudo o que construímos. Família. Futuro”

Dawn of the Planet of the Apes traz o melhor dos filmes desse gênero, é excitante, emocionante e visualmente deslumbrante. Mas é muito mais do que isso. Este é o tipo de filme que todos nós merecemos. Um que nos desafia e nos move de forma extremamente divertida. E a melhor parte é o recem chegado Matt Reeves e Serkis voltando para a para a mitologia dos símios.

Uma sequência à altura do seu antecessor, Planeta dos Macacos: O Confronto, do diretor de Cloverfield – Monstro (2008) e Deixe-Me Entrar (2010) Matt Reeves apresenta uma trama interessante e com diversos momentos de ação mesclados com drama. O CG do filme é tão perfeito que não tem como não sair do cinema se questionando se todos os macacos foram mesmo feitos com computação gráfica tanto pela fluidez dos movimentos quanto pelo realismo presente em cada um dos macacos de forma individual.

Os filmes da franquia Planet of the Apes compartilham um elemento muito importante: uma vontade de examinar e contemplar as questões que enfrentam o mundo real. E O Confronto certamente cai nesta categoria. Embora as noções sejam sempre relevantes a família, a amizade e a responsabilidade de proteger ambos correm no fundo do Alvorecer de Planeta dos Macacos. A pena de morte, o isolacionismo, o fundamentalismo, estes são conceitos que são considerados por este filme.

Este filme está repleto de macacos, e muitas vezes em locais externos, envolvidos em batalhas ou montando em cavalos. Ah, e os macacos em cavalos? Há certas cenas inesquecíveis  que fazem esse próprio conceito, originado no filme de 1968, tão legal e emocionante quanto ele deve ter parecido há 46 anos.

A história mostra Cesar agora mais velho com uma aura mais sabia e calma, andando sempre de maneira ereta e firme, afirmando seu comando sobre os outros macacos ou Família como o mesmo considerava, do outro lado estão os humanos com seus dias contados tendo que depender daqueles pelo qual colocam a culpa pelo vírus liberado no primeiro filme.

A dinâmica entre César e Malcolm é outro ponto forte. Os dois obviamente têm muito em comum, já que Malcolm também está tentando proteger sua família (um filho, Kodi Smit-McPhee e um companheiro, Keri Russell) e seu povo. É uma trégua desconfortável que é feita entre os dois, mas vem de uma compreensão compartilhada de que ambos estão trabalhando para a mesma coisa – para a família, para a comunidade, para o futuro.

Quanto ao elenco humano, infelizmente, atores como Oldman e Russell se tornam secundários em meio aos diversos acontecimentos da trama, especialmente Oldman, que desaparece por uma parte do filme. Mas, mesmo assim, cada um deles recebe momentos chave e emocionais que são tão honestos e verdadeiros.

Diferente dos outros filmes da franquia são raros os momentos em que os macacos (com a exceção de Cesar) usam o recém adquirido dom da fala porem a maneira de se comunicar passa a ser através da linguagem de sinais. Não podia terminar e não falar sobre a maravilhosa trilha sonora que em alguns momentos se parecem muito com as da quadrilogia clássica.

Ao final do filme não tem como não repetir as falas de Cesar ou Koba (Toby Kebbell) os macacos protagonistas, devido ao grau de atuação de seus respectivos atores. Mas mesmo algo tão simples quanto dois macacos que pescam em uma margem do rio podem transcender quando todos os elementos certos estão no lugar.