[CRÍTICA] Besouro Azul | O que seria do filme sem Xolo e Bruna Marquezine?

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Se comparado a anos atrás, hoje os filmes de herói não tem a mesma força que antes. A DC, ainda por cima, ainda amarga alguns longas questionáveis, como Adão Negro (2022), Shazam 2 (2023) e The Flash (2023).

De todo modo, contrariando todas as probabilidades, Besouro Azul tem seu lugar ao sol.

Desde seus minutos iniciais, vale ressaltar que o filme acaba abraçando o lado cômico e família em todo seu tempo de tela, algo que a DC soube fazer bem com O Esquadrão Suicida (2021), dirigido por James Gunn, novo pilar da empresa.

Porém, ao mesmo tempo que o longa acerta em apostar na veia do fator cômico, onde a família do Besouro Azul brilha, o filme fica com algumas fragilidades no seu desenvolvimento que acabam sendo salvos pelo carisma e atuação de Xolo Maridueña e Bruna Marquezine.

Os primeiros passos do escaravelho

Semelhante a boa parte dos filmes de origem de heróis, vide Homem de Ferro, qualquer filme do Batman, entre outros, a primeira parte do longa é dedicada à apresentação do protagonista, destacando o núcleo familiar de Jaime Reyes (Xolo), suas dores e a apresentação de outros personagens que irão integrar a história.

No decorrer dessa jornada, o que acaba tirando um pouco do possível brilho do filme, são cenas desnecessárias. Além do desenvolvimento arrastado que o primeiro e o segundo arco oferecem, sem dúvidas, a Magnum Opus do filme seja o terceiro ato.

O longa de fato é divertido e empolgante, se tomarmos como base o lado cômico, presente do inicio ao fim, e suas atuações. Caso você assista o longa com o senso crítico ligado, notará que ele flerta com o genérico, que traz um antagonista nada marcante, do qual podemos esquecer assim que virarmos a esquina do cinema. Mas claro, é necessário refletir que é um longa de origem, de um personagem pouco conhecido pelo grande público, e que tem um grande potencial para o futuro desse universo.

Brasil-sil-sil

Se tratando do contexto de atuação, a responsável por carregar o escaravelho nas costa com uma atuação primorosa é Bruna Marquezine. A brasileira que tem papel crucial dentro da trama do personagem, vive as situações da trama com sutileza e seriedade, sendo o contraponto do protagonista do longa, que é mais despojado. Entendemos sua narrativa com facilidade e o tamanho de seu papel nesse universo.

Além da brasileira, outro personagem que dá show de carisma e atuação, sem dúvidas é o próprio Xolo. Representando o primeiro super-herói latino-americano a ganhar destaque no Universo DC, o ator consegue chegar ao patamar de figurões como Peter Parker, ou Miles Morales, onde o personagem sente o peso do significado de família, propósito e justiça, ao se tornar um super-herói.

Não quero flash!

Diferentemente de outros longas da Warner Bros., Besouro Azul não cai no vacilo dos efeitos especiais. Por mais que tenha sim suas cenas de combate, é bem difícil que o CGI incomode, talvez uma cena especifica, mas aí é algo isolado que nem merece muito destaque.

Os vilões, por sua vez, podem ser apresentados com um grande propósito maior, porém acabam sendo retratados como caras maus que não são bem explorados. Susan Saradon, na (injustiçada) adaptação de Speed Racer, acabava sendo mais impactante do que neste longa, onde é a principal vilã.

Ainda não se sabe se teremos uma sequência para Besouro Azul, tudo depende também da arrecadação de bilheteria. Caso haja, o futuro pode ser promissor para o personagem, mas é necessário se atentar aos deslizes cometidos para que não seja uma repetição do que vimos aqui.

Em suma, Besouro Azul não cai na armadilha de efeitos especiais ou de ter uma trama longa e arrastada. Seu desenvolvimento pode sim ser lento, porem alguns elementos dentro se sua narrativa fazem com que ele tenha vida.