[ANÁLISE] Sand Land encanta mesmo com um mundo aberto fraco

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Sand Land é o lançamento do momento, e esse jogo carrega em si um dos maiores pesos que poderíamos imaginar: uma última obra em que Akira Toriyama conseguiu trabalhar diretamente antes de sua prematura despedida deste mundo. Em certos momentos, o jogo cumpre com sua responsabilidade, mas os créditos são apenas de Toriyama.

O título entrega boas artes, trilha sonora e uma gameplay simples, porém interessante, mas peca ao tentar empurrar um mundo aberto cansativo e sem graça. Acho justo ressaltar que não conheço o mangá original, então esta é uma análise de alguém que consumiu apenas o jogo. Ou seja, tentarei não abordar o tópico de fidelidade.

História de Sand Land

Sand Land nos coloca na pele do travesso Beelzebub, o príncipe dos demônios, que embarca em uma missão para ajudar um humano a encontrar o lago lendário, pois isso ajudará tanto os humanos quantos os demônios, que também sofrem com a seca de Sand Land.

Beelzebub, Rao, Thief, Ann e vários outros são personagens de destaque na obra, onde todos possuem seu nível de carisma e comédia na medida certa, e isso é um fator que encanta. A história é bem uma aventurinha no estilo Toriyama e pode até emocionar aqueles que prestarem bastante atenção nos detalhes do mundo e das pessoas.

Até aqui, como já dito antes, os créditos são todos do Akira Sensei, não tem como errar com algo pronto, correto?

Gráficos e o mundo de Sand Land

Os gráficos de Sand Land são cartunescos, nada surreal em comparação a nossa realidade ou coisa do tipo, mas a direção de arte do jogo e o mundo ajudam bastante na hora de fazer desse um dos jogos de anime mais bonitos que existe, se não o mais bonito de todos.

O jogo encanta em todos os seus cenários, tanto por sua arte, como por seu level design que diferencia um cenário de outro de uma forma única. Um trabalho tão bem feito que te permite sentir o quão vivo e belo esse mundo pode ser.

Print de Sand Land

Entretanto, o mesmo mundo encantador e visualmente rico se revela vazio quando se trata de inimigos, itens, dungeons e missões extras. A exploração não é nada recompensadora e ainda consegue ser frustrante, pois é sempre a mesma coisa: você deve abrir alguns baús ali ou quebrar mais minérios aqui. Além de missões que se repetem bastante.

Acredito que se Sand Land fosse um jogo mais linear e com “estágios”, seria muito mais interessante do que um mundo aberto que não entrega nem o básico de algo chamativo, como uma dungeon que estimula sua exploração.

Jogabilidades e suas customizações

A jogabilidade de Sand Land proporciona bons combates e vários outros aspectos interessantes. O combate varia conforme os veículos que conquistamos ao longo do jogo, como, por exemplo: um tanque de guerra, um mecha, etc. Além de também ter o combate corpo a corpo com habilidades especiais.

Beelzebub e seus aliados possuem habilidades únicas que podem auxiliar nas lutas, além de golpes rápidos e pesados. Embora o combate não seja ruim, mas algo básico “reforçado”, ele é facilmente apagado visto que quase tudo pode ser resolvido com veículos. Então os aprimoramentos focados nisso acabam sendo inúteis de certa forma.

Ainda sobre veículos, o jogo permite que você customize seus veículos para melhorar eles de forma geral ou para batalhas, então você pode mudar seu mecha, seu tanque ou sua moto da maneira que quiser para se adaptar aos seus gostos e ao nível do seu personagem durante a gameplay.

Essas customizações podem feitas com itens que caíram de inimigos poderosos ou de baús achados, as peças variam de acordo. Além disso, quem realiza as modificações de veículo é Ann, a mecânica que faz parte do grupo do príncipe dos demônios.

Caso queira uma aventura impactante em termos de dificuldades, é recomendado jogar em uma dificuldade maior. Caso contrário, o jogo pode cair na mesmice nos encontros com inimigos padrões.

Trilha Sonora e a imersão de um mundo destruído

Sand Land possui uma trilha sonora essencial para a imersão do jogador. Ela consegue transmitir bem a vibe do escaldante deserto da região, de suas batalhas ou de, principalmente, momentos tranquilos em seu acampamento. Uma música tão gostosinha de ouvir que facilmente me lembrou algumas presentes na série Persona.

Porém, a trilha sonora não é muito vasta. Poucas são as músicas e chega até ser difícil encontrar elas em streaming de músicas ou no YouTube, o que é uma pena, pois eu gostaria realmente de ouvir elas com uma melhor facilidade.

Otimização

Por fim, mas não menos importante, devo falar da otimização do jogo que me agradou bastante. Não que um jogo de anime seja muito difícil de rodar em um computador, mas Sand Land segue tendo um bom desempenho em um mundo bem grande.

O jogo rodou no High e com taxas de quadro travadas nos 60 FPS, embora tenham tidos pequenos stutterings em pequenas áreas, como a do acampamento. Nada que de fato atrapalhe seu jogo, então não há preocupações nisso.

O veredito de Sand Land

Sand Land é a última obra que Akira Toriyama trabalhou, além de seus mangás, e é uma boa despedida, apesar de não ser nada grandioso. É um jogo simples que agrada e entrega quase 20 horas de uma história de aventura curiosa e interessante. Se você é um fã definitivo de Toriyama, com certeza vai se interessar por esse jogo, apesar dos tropeços.

Além disso, o título também recebeu uma adaptação para anime com 13 episódios em uma parceria com a Disney para Starplus. Sand Land chegou para PC via Steam, Xbox Series S/X e PlayStation 5 desde o dia 25 de abril.

*O Cromossomo Nerd agradece a Bandai Namco e a TheoGames por fornecer um código de acesso do jogo para esta análise.