[CRÍTICA] Aves de Rapina | Tudo o que Esquadrão Suicida deveria ter sido

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Nesta quinta-feira, chega aos cinemas o filme Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa – e caso você ainda tenha dúvidas se deve assistir o filme ou não, iremos deixar aqui nossas opiniões.

Seguindo os eventos de Esquadrão Suicida, o filme narra o que aconteceu quando Arlequina e Coringa se separaram e como ela acabou sendo perseguida por Roman Sionis, também conhecido como Máscara Negra.

Embora esse filme leve o nome de Aves de Rapina, ele é principalmente um filme da Arlequina, afinal, ela é a cola que une às heroínas.

O problema todo começa quando Cassandra Cain, uma garota problemática, rouba um diamante de Sionis, fazendo com que sua cabeça seja colocada a prêmio e levando as heroínas a protegerem.

Desde que a Arlequina rompeu com o Coringa, ela tem estado na sua busca por emancipação, afinal, sem ele, ela não era respeitada, temida ou querida. E é nessa busca por emancipação que ela acaba caindo na real sobre estar vivendo em um relacionamento abusivo e entendendo que ela nunca foi amada de verdade, sendo tratada apenas como um objeto.

No decorrer do filme, que é contado todo sob a perspectiva da Arlequina, no melhor estilo “Deadpool” (com direito a até mesmo quebras da quarta parede), vamos conhecendo mais as demais heroínas, que são conectadas de forma brilhante pelo roteiro, mas sem um desenvolvimento aprofundado, algo que com certeza deve acontecer em um eventual novo filme dedicado exclusivamente às Aves.

Recheado de referências aos quadrinhos e até mesmo ao filme do Esquadrão Suicida, o longa faz questão de esconder o Coringa de Jared Leto, por mais que a figura do príncipe palhaço ainda esteja lá, indicando que um novo intérprete para o personagem deva ser escalado no futuro, ou quem sabe, removerem o Coringa completamente desse universo por um tempo. 

Apesar do roteiro bem escrito de Christina Hodson (Bumblebee), o que realmente brilha no filme são as cenas de ação. Com a ajuda de Chad Stahelski, famoso por dirigir filmes como os da franquia John Wick, a diretora Cathy Yan conseguiu elevar a violência a um novo patamar, usando e abusando das habilidades de combate das personagens, sem deixá-las sexualizadas. 

A mensagem de empoderamento e companheirismo feminino são um ponto bem forte da trama, mas não espere um filme cheio de bandeiras e clichês, mas sim, um grupo de personagens femininas fortes, carismáticas e que sabem o que querem. 

Em suma, Aves de Rapina é um filme extremamente coeso, que proporciona um bom entretenimento e diversão. O filme não almeja ser megalomaníaco ou apresentar uma ameaça global, mas sim, um vilão cruel, imprevisível e realista, ou seja, uma ameaça à altura de vigilantes e de uma ex-psiquiatra que caiu em um tonel de produtos químicos. 

Não existe um ator sequer no elenco que não esteja bem em seu papel. Embora Margot Robbie claramente roube a cena, Mary Elizabeth Winstead e Jurnee Smollett-Bell estão perfeitas como Caçadora e Canário Negro, respectivamente. Tão perfeitas, que é uma pena elas terem tão pouco destaque e tempo de tela, nos deixando ansiosos por novas aparições delas, que falem mais sobre seus passados e que mostrem mais de seu potencial. 

Com um visual espalhafatoso, trilha sonora enérgica, humor na medida certa, violência e ótimas cenas de ação, Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa é mais um ponto de acerto da DC nos cinemas, mas mais do que isso, é algo que o Universo Cinematográfico Marvel ainda não fez e que nem sabemos se irá fazer um dia