[CRÍTICA] Christopher Robin | Eu já vi essa história em algum lugar…

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Dando continuidade aos filmes em live-action baseados em animações clássicas da Disney, chega aos cinemas na próxima semana Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível, história que adapta as icônicas histórias do Ursinho Pooh e seus amigos.

O longa segue uma linha parecida com o visto em Malévola e Alice no País das Maravilhas, onde vemos um ângulo diferente das animações originais. Na trama, vemos Christopher Robin (Ewan McGregor) deixando sua imaginativa e divertida vida infantil, para enfrentar a dura realidade da vida adulta, algo que faz com que ele deixe de ser quem ele era.

Se a história lhe parece familiar, é porque ela realmente é! Se você cresceu nos anos 80/90, verá que já houveram muitos filmes similares a este, porém o mais parecido talvez seja Hook: A Vingança do Capitão Gancho, onde víamos a vida de Peter Pan depois de ter deixado a Terra do Nunca para se tornar um adulto que se casou com Wendy e teve filhos.

Assim como no filme do Peter Pan adulto, vemos Christopher Robin lutando para se reconectar com sua criança interior, coisa que ele precisa fazer urgentemente, pois está deixando com que seu trabalho afete a maneira com que ele se relaciona com sua esposa, a adorável Evelyn Robin (Hayley Atwell) e sua filha Madeline (Bronte Carmichael).

Por falar na filha de Christopher, a garota é o exemplo mais claro de como seu pai mudou, já que ele faz com que a garota seja sempre a melhor em tudo e a impede de ser uma criança normal, tirando dela a infância e não dando a ela a oportunidade de ser tão feliz quanto ele foi no Bosque dos 100 Acres.

Ewan McGregor consegue sustentar a trama praticamente sozinho e mostra que ele realmente tem competência para tal. O ator se mostra muito confortável no papel, mesmo tendo que contracenas na maior parte com seres inexistentes. Além de conseguir ressaltar a veia dramática necessária, o ator consegue ser carismático o bastante para protagonizar os momentos alegres.

Esse resgate da infância é feito através do Ursinho Pooh, Tigrão, Ió e todos os demais bichinhos de pelúcia e animais carismáticos, nos quais estamos acostumados a ver nas animações e nas histórias escritas por Alan Milne. Assim como nos desenhos, a personalidade dos personagens encanta a todos sempre que eles aparecem em tela, mesmo que, durante alguns momentos, a computação gráfica usada para traze-los á vida não pareça tão polida.

O CGI está melhor do que o mostrado nos trailers, mas ainda assim, podemos notar algumas cenas em que o trabalho parece inacabado, principalmente nos momentos em que Pooh e companhia estão falando. No entanto, o resultado geral acaba sendo satisfatório e conseguimos relevar esses defeitos.

O maior problema de Christopher Robin talvez seja o fato do diretor Marc Forster não ter conseguido encontrar um equilíbrio entre uma narrativa pesada e sombria, que faz contraste com momentos alegres e coloridos. A intenção certamente se encaixa muito bem na proposta do longa, mas acabamos tendo uma montanha russa emocional que acaba demorando demais para se definir e pode deixar o público confuso, em especial as crianças, que são o grupo focal da produção.

A trilha sonora composta por Jon BrionKlaus BadeltGeoff Zanelli com certeza merece ser elogiada, já que ela abraça muito bem as cenas e ainda faz homenagens à clássica melodia da animação, levando os mais velhos para uma agradável viagem nostálgica. Outro ponto que se destaca bastante é a fotografia, que está simplesmente impecável.

Além dos enquadramentos e do tratamento de cores que enchem os olhos, as técnicas utilizadas dão um ar de filme independente para uma produção que com certeza se afasta bastante desse nicho. O figurino e a cenografia compõem a obra para dar vida à Londres dos anos 40 e também a breves momentos da intensa Segunda Guerra Mundial.

Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível é um filme bem emocional e carrega uma mensagem importante, porém por mais que saibamos que ele é um filme infantil que também mira no público adulto, faltou um pouco de cuidado ao balancear a trama. Além disso, o fato de termos uma história simples e pouco inovadora pode acabar tornando o que poderia ser mais uma adaptação memorável da Disney, em mais um filme que não ficará em evidência por muito tempo.

NOTA: 3.6/5

Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível chega aos cinemas em 16 de Agosto.