[CRÍTICA] Light & Magic | Respeito pelo legado revolucionário?

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Com todas as polêmicas recentes envolvendo os efeitos especiais das últimas produções da Marvel Studios, a Disney e a Lucasfilm resolveram tentar apaziguar um pouco o clima com os fãs através de uma série documental relembrando e celebrando o legado da empresa de efeitos mais revolucionária da história do cinema, a Industrial Light & Magic, também conhecida como ILM.

Revisitando a origem da ILM durante a produção do primeiro Star Wars, até a revolução de computação gráfica em Jurassic Park, a série conta com depoimentos e material inédito de muitas dessas ocasiões, mostrando toda a evolução, e dificuldade, do trabalho dos artistas visuais numa época de transição para o cinema. Com o lançamento acontecendo logo depois de mais uma polêmica com a Marvel, parece muito que essa série documental nada mais é do que uma passada de pano pra toda essa questão, embora ela seja sim uma celebração de tudo o que a ILM criou para a indústria cinematográfica.

Inclusive, não é novidade que exista muita polêmica e problemas no ambiente dos efeitos visuais em Hollywood e a própria ILM é exemplo disso, afinal, seu fundador, George Lucas, sempre se auto intitulou como “perfeccionista”, algo que muitas vezes rende muita dor de cabeça e horas e horas de trabalho, inclusive diariamente. Com a chegada de novos desafios, parece que era regra na empresa que seus artistas deviam passar mais da metade do seu dia tentando melhorar os efeitos visuais, principalmente devido ao curto período de tempo dado para isso, algo que vem reverberando até hoje.

Uma coisa é certa, graças à ILM, o cinema foi completamente mudado. As invenções e ideias criativas geradas naquele pequeno estúdio durante a produção de Uma Nova Esperança, e as mentes por trás de tudo isso, elevaram o nível dos efeitos visuais a lugares nunca antes vistos por toda a indústria cinematográfica, continuando a inovar nas próximas produções, com Os Caçadores da Arca Perdida, Exterminador do Futuro 2, e o tão aclamado e revolucionário Jurassic Park. Até hoje, com a criação do Volume para as gravações de The Mandalorian, é notável o olhar para o futuro que a ILM tem em relação aos outros estúdios desse tipo.

O que me tirou um pouco da produção, que nem é culpa dela em si, é que, por trás de tudo isso, existe uma empresa mandante, a Disney, que desde o ano passado vem sofrendo com produções onde seus efeitos visuais são duramente criticados e até mesmo ridicularizados. Então… Por mais que Light & Magic honre e celebre um legado histórico para o cinema, parece que isso é vazio ao ser colocado de lado de uma “cabeça voadora em PNG” vista em um certo filme recente.