Crítica | Man Seeking Woman (2015–2017)

“Tinder é como o Facebook, mas indo direto ao ponto.”

Perfis online, Tinder, encontros às cegas, achar que alguém especial pode ser difícil mesmo com tantas facilidades propostas pela era digital, mas é ainda mais difícil para Jay Baruchel. Man Seeking Woman, a nova comédia canadense do canal FXX, aborda tudo isso e muito mais, atualmente em sua terceira temporada.

A ideia de “Man Seeking Woman surgiu através do slogan “Love is strange”, criado por Simon Rich com base em suas histórias curtas. Estrelando Jay Baruchel como o protagonista, os episódios divididos em 10 capítulos embarcam em estranhos voos psicodélicos, mais peculiares do que engraçados, mas vale a pena assistir. Com Lorne Michaels entre seus produtores, a serie possui uma inclinação masculina e soa um pouco machista em certas perspectivas da narrativa, mas utiliza a formula de How I Met Your Mother de forma orgânica e mais próxima da realidade, apesar das inúmeras situações exageradas e inimagináveis do cotidiano de Josh.

Baruchel certamente é uma boa escolha como Josh, um tipo melancólico que, aos 27 anos, sem direção alguma na vida ainda fica pensando em Maggie (Maya Erskine), a namorada que o deixou após seis anos (ou quatro, dependendo de quem está contando os dias). No entanto, quando ele concorda em ir num encontro às cegas promovidos por sua irmã (Britt Lower), que acaba sendo uma Troll. Não, literalmente como algo que acabou de sair dos contos de J.R.R. Tolkien, mas uma garota com uma pele grisalha, orelhas pontudas e cerca de meio metro de altura, que prontamente come a rosa que Josh oferece.

Continuando nesse sentido, quando Josh vai a uma festa e conhece o novo namorado de Maya na segunda parte do piloto, e ele acaba sendo o Hitler, Josh surta tentando entender como aquilo estava acontecendo, enquanto desencadeia indignação dos outros convidados devido à reação negativa ao descobrir a identidade do atual da sua ex. Então, novamente, como o terceiro episódio deixa claro (de forma muito engraçada), o principal fator negativo para um sonhador como Josh é o medo de que estar em um relacionamento irá fechar outras oportunidades sexuais fantásticas.

E assim vai seguindo conforme a história vai tomando forma, com Josh indo de uma crise para a outra, enquanto é estimulado a encontrar amor, por seu amigo Mike (Eric Andre), que só pensa em sair com a maior quantidade de mulheres durante o mês, mas diferente de Josh, ele é confiante e acredita cegamente em seus ideais característicos e tradicionais de um “Brow”, ou seja, em ser o melhor amigo do protagonista.

“Man Seeking Woman” é sobre a busca hiperbólica de uma pessoa para superar a solidão, onde as chances de encontrar alguém são de proporções épicas, pelo menos na mente do protagonista, um ponto de enfoque pelo título de ficção científica do livro de Rich, “The Last Girlfriend on Earth “.

Embora essa não seja uma presunção especialmente original, a tranquilidade ácida combinada com a confusão perpétua de Baruchel torna isso um complemento digno da programação FXX. Não é que “Man Seeking Woman” seja perfeito, mas para o público mais jovem, carente de uma comedia estilo American Pie, é um excelente pedido até a próxima grande comédia de nerd buscando amor surgir.

Uma comédia divertida e alternativa que mostra como um namoro pode ser complicado, Baruchel é extremamente e simpático e convence o público, cercado por um elenco de apoio que muitas vezes agem de forma mais insana do que ele. O público não consegue parar de torcer pelo sucesso de Josh nessa cruzada psicodélica no mundo dos relacionamentos, esperando ansiosamente o que vai acontecer a seguir.