[CRÍTICA] Sonic 2 | A prova de que filme de videogame pode ser bom sim!

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Sempre que um novo filme baseado em jogos de videogame é anunciado, o medo de tudo dar errado é praticamente certo. Adaptações das histórias de jogos ganham contornos e alterações para caber em um roteiro cinematográfico ou até mesmo como série de TV, mas na maioria avassaladora das vezes (basicamente todas elas), tudo acaba dando terrivelmente errado.

Mas quando Sonic saiu das telinhas dos consoles para atingir as telonas dos cinemas em 2020, mais um suspiro de alívio foi dado, considerando que já havíamos recebido o excelente Detetive Pikachu (2018), que coincidentemente, também é sobre um bichinho peludo e carismático dos videogames, mas que pertencente à maior concorrente do ouriço azul.

Ligeiro e carismático, mesmo com as polêmicas do tal “Sonic Feio”, que fez com que o estúdio mudasse o design e tornasse o protagonista mais similar aos jogos, o longa conquistou os corações dos fãs e criou novos admiradores, principalmente entre as crianças, que com certeza já ficaram ansiosos para a continuação. Felizmente, não foi um caso de sorte de principiante.

Sonic 2 – O Filme repete a fórmula de seu antecessor, elevando tudo a outro nível. Sonic retorna para uma nova aventura quando Robotnik (Jim Carrey) escapa de seu exílio no Planeta Cogumelo e se alia ao guerreiro implacável Knuckles (Idris Elba) para derrotar o herói. Só que Robotnik não é o único a ganhar um aliado: Tails (Colleen O’Shaughnessey) chega voando em auxílio do ouriço velocista. Daí em diante, as coisas viram uma maluquice colorida e divertida pra ninguém botar defeito.

Mesmo que seja um filme voltado para o público infantil, Sonic 2 não deveria se esquecer dos fãs de longa data do personagem, ou seja, os adultos (que são inclusive pais dessas crianças). Isso significa um roteiro que seja mais inclusivo para todas as faixas etárias.

Apesar de ser extremamente divertido, Sonic 2 se perde em algumas decisões que às vezes dão a impressão de que conveniências são mais poderosas que os próprios peludos, sem falar que o núcleo humano muitas vezes mais incomoda do que adiciona carisma.

Para um filme que é basicamente o encontro de personagens humanos reais com personagens criados por computador, os efeitos oscilam entre querer demonstrar realismo e querer se desvencilhar dessa obrigação, falhando bruscamente em algumas cenas de forma tão gritante que não dá para entender o que a equipe de VFX queria realmente fazer ali, se é que não foi apenas uma falta de cuidado no trabalho.

Dito isso, os problemas se limitam aí, já que o mais importante em filmes como Sonic nem são tanto questões técnicas, embora o roteiro não possa nunca ofender o seu espectador e e deva ter ao menos coesão quanto ao objetivo e os personagens, mas sim divertir sem pretensão, o que é cinematograficamente impossível em qualquer gênero.

Por sorte, Sonic 2 – O Filme é feliz, colorido, engraçadíssimo, feito com amor ao legado dos jogos e, principalmente, amor aos personagens.

Para finalizar, como diria uma grandessíssima crítica infantil de cinema, mais conhecida como minha filha:

“É legal, é daora.”